A nadadora Rebeca Gusmão, que representa o clube Serc/Santa Maria/São Caetano, pode ser banida do esporte em função do resultado positivo no exame antidoping realizado no dia 13 de julho.

Como já existe outro processo contra a atleta no TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), por causa de um teste feito em maio de 2006, no Troféu José Finkel, ela corre o risco de ser declarada reincidente se for considerada culpada pelas duas acusações.

Rebeca foi suspensa pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) no último dia 2, após notificação da Fina (Federação Internacional de Natação) em função do resultado do exame e acabou cortada da equipe que participará da etapa da Copa do Mundo de Natação, em Moscou, neste sábado e domingo.

Nos dois exames, Rebeca foi flagrada com excesso de testosterona, hormônio que possui efeito anabolizante na musculatura. De acordo com os testes, a substância possui origem exógena (não produzida pelo organismo).

Para o técnico do clube de São Caetano, Maurício de Oliveira, Rebeca precisa provar que não ingeriu a substância antes do Pan. Tanto que ela já solicitou o teste da contraprova, que será feito no Canadá. “Com relação ao outro caso, ela não foi julgada. Por isso, não podemos pensar na sua retirada do esporte”, disse Oliveira.

O técnico, inclusive, questiona a postura da Wada (sigla em inglês para Agência Mundial Antidoping) e da Fina: “Ela fez mais quatro exames em pouco tempo. Como nos demais não detectaram nenhuma substância proibida?”, questionou. Para ele, o caso está mal explicado, como a divulgação precipitada. “A Fina só divulga um caso de doping quando a contraprova também dá resultado positivo. Isso não aconteceu com ela”, lembrou.

A atleta evita dar novas declarações e planeja sua defesa, de acordo com o pai dela, Adejar Gusmão. “Estamos sendo orientados por advogados, que nos recomendaram evitar outras declarações. Assim, contribuímos com a defesa”, afirmou.

Em sua justificativa, Rebeca disse que tem ovários policísticos e que este é o motivo de ter excesso de testosterona no organismo.

Futuro - O Serc/Santa Maria/São Caetano, clube que Rebeca Gusmão defende desde 2006, espera o resultado da contraprova para discutir o futuro da atleta no próximo ano. “Não podemos ter nenhuma atitude precipitada. Temos de esperar o teste da amostra B para definir qualquer coisa”, explicou Oliveira.