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Irmão de ex-vereador de Ribeirão está preso pela Operação Raio X

Moizés Constantino, parente de Gerson Constantino, foi denunciado pelo Gaeco no escândalo de fraudes na saúde

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/10/2020 | 00:02
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O Ministério Público denunciou 53 pessoas no âmbito da Operação Raio X e revelou que Moizés Constantino, irmão do ex-presidente da Câmara de Ribeirão Pires Gerson Constantino (PSD), está na lista. Moizés foi preso acusado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), no núcleo de Araçatuba, de participar de esquema criminoso que desviava recursos públicos da saúde em diversas cidades paulistas por meio de contratos com OSs (Organizações Sociais) de saúde.

Moizés foi denunciado pelo suposto crime de ocultação de bens. Classificado pelo Gaeco como responsável pelo Hospital Antônio Giglio, de Osasco, ele foi apontado como figura que direcionava pagamentos e transferências oriundas de desvios para aquisição de imóveis da organização criminosa. O equipamento público é gerido pela Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, também investigada na Operação Raio X.

Outro nome na lista de denunciados pelo Gaeco na Operação Raio X é o de Osvaldo Coca Moralis, que atuou em Ribeirão Pires por meio da Santa Casa de Birigui, OS que gere equipamentos de saúde no município do Grande ABC. Quando deflagrada a operação, na semana passada, a Prefeitura de Ribeirão informou que a ação se baseou em Moralis e na passagem dele pelo município.

No caso de Moralis, a investigação partiu de contratos de prestação de serviços feitos pelas OSs com empresas suas ou de seus familiares – entre eles Raphael (filho) e Ivone (mulher). Na peça, Moralis é apresentado como gerente da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Ribeirão Pires, com salário mensal de R$ 7.000. À época da operação, a administração de Ribeirão negou vínculos dele, diretamente, com a Prefeitura e rebateu a informação de que Moralis geria a UPA – apenas trabalhou na unidade.

“Eram feitas as licitações, o que indica, fraudulentas. Vencida a licitação, era feita a celebração de contrato de gestão entre a OS e município, aí tínhamos prestadores de serviço. Da OS passava o dinheiro para os prestadores, quem no próximo momento, fazia o dinheiro retornar para os cofres da OS. Com isso, havia a lavagem de dinheiro depois, com a compra de imóveis e outros bens”, afirmou o delegado Fábio Pistori, que integra a força-tarefa da Raio X, em entrevista ao portal G1.

O assunto permeou a sessão de ontem na Câmara de Ribeirão Pires. Tanto que a bancada de oposição à gestão do prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB) apresentou pedido de instalação de CPI para acompanhar a situação. O texto tem oito assinaturas e diz que a apuração solicitada tem como objetivo apurar “indícios de esquema de desvio de verba pública por meio de celebração de contratos de gestão entre a Prefeitura de Ribeirão Pires e organização social, ligadas à Santa Casa de Misericórdia de Birigui, envolvendo empresários, agentes públicos e profissionais liberais”.

A equipe do Diário não localizou a defesa de Moizés Constantino para comentar o caso. Gerson Constantino não retornou aos contatos. O pessedista é candidato a vereador na coligação que defende a reeleição de Kiko. Em 2012, foi candidato a vice na chapa liderada pela ex-prefeita Maria Inês Soares (PT). O nome de Gerson não está na lista de envolvidos. 




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