Bertoleza é uma das personagens mais famosas da obra de Aluísio de Azevedo. Na história original, em O Cortiço (1890), ela é uma escrava que mora com o comerciante português João Romão, dono do conjunto de casas em situação precária. Ela, que é amante dele, é subserviente.

Mas a Bertoleza do musical que leva seu nome e estreia hoje no Sesc Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1.000), em São Paulo, é diferente. Ela busca dar voz às mulheres negras e conta a história sob seu ponto de vista, diferentemente do livro. “Ela se torna a protagonista, a mulher que foi forte, importante para construção do cortiço, amou muito seu trabalho e aquele homem. Em um determinado momento ela não quis ser subserviente e colocou sua força ancestral em jogo”, descreve a intérprete da personagem, a atriz Lu Campos.

Durante a encenação, o elenco relembra as histórias de mulheres negras como a vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018; a escritora Carolina Maria de Jesus, entre outras. A peça fica em cartaz até 1º de março, de sexta e sábado, às 21h30, e domingo, às 18h30. Ingr.: R$ 30.