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Primeira série original brasileira da Netflix retorna para a terceira temporada

Com roteiro de Marcelo Montenegro, da região, série ‘3%’ ganha outra temporada

Richard Molina
Especial para o Diário
28/05/2019 | 06:00
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Divulgação


Primeira série original brasileira da Netflix, 3% retorna para a terceira temporada no dia 7 de junho no catálogo da plataforma. Entre os roteiristas, estreia um nome de São Caetano. Marcelo Montenegro, que já trabalhou em O Negócio, para a HBO, assina parte da criação da nova temporada e escreveu um dos episódios.

“Fui convidado pelo produtor da série, Tiago Mello, e já havia trabalhado antes com um dos diretores, o Philippe Barcinski”, conta. “Não assistia antes, mas meus filhos, um de 15 e um de 18 anos, viam. Vejo que ela tem um baita impacto, principalmente entre os jovens”. Segundo Montenegro, os filhos ficaram animados quando o pai anunciou que estava se juntando à equipe da série. “Eu ainda tenho uma (filha) mais nova, pude ver a reação dela ao meu trabalho quando trabalhei nas três temporadas da última versão de Sítio do Picapau Amarelo, que era em desenho.”

Primeira experiência do roteirista com a plataforma de streaming, ele explica como foi o processo de criação da série com a Netflix. “Foi basicamente parecido com outros trabalhos anteriores. Havia uma sala de criação, em que eu e mais quatro roteiristas discutíamos os rumos da temporada junto com o criador, o Pedro Aguilar”. Enquanto elaboravam a terceira temporada, que coincidiu em data com o lançamento da segunda, o grupo recebeu a visita de executivos da empresa em São Paulo. “Foi quando estávamos na primeira versão do roteiro. No contato inicial já gostei bastante. Às vezes a produção de algum canal fica muito na base ‘não gostei, faz diferente’, mas deu pra sentir que eles tinham um senso muito apurado de dramaturgia e criação.”

A terceira temporada lida com as consequências do fim da sua antecessora. No mundo em que apenas 3% da população ganhava o direito de entrar no Maralto, região com riqueza de recursos, enquanto o resto tinha que viver na pobreza do Continente, só podendo ascender por meio do Processo (seleção para escolher quem fará parte do seleto grupo), os jovens protagonistas fizeram uma tentativa ousada de apagar os dados sobre a população a fim de quebrar o status quo.

Essa tentativa, no entanto, foi frustrada, em um acordo que rendeu recursos suficientes para a criação de um novo setor, a Concha, que prometeu receber todos que precisassem. Nos novos episódios, uma tempestade de areia vai comprometer os recursos do local, o que deve ocasionar uma nova seleção para decidir quem fica e ajuda a restabelecer o lugar para que seja aberto de novo.

Segundo Montenegro, essa situação deve inflamar ainda mais os ânimos na série. “Isso mexeu profundamente com o jogo. Os conflitos estão muito fortes. A contraposição da Michele (Bianca Comparato), que antes se submeteu ao Processo do Maralto e agora aplica seleção semelhante na Concha, vai remeter diretamente à primeira temporada. E ainda tem as pessoas que estão articulando a Causa e o poder do Maralto ainda presente”, explica.

3% é a série de língua não inglesa mais assistida nos Estados Unidos. A Netflix já divulgou, também, que 50% da audiência é de outros países, fora o Brasil. Recentemente, a revista norte-americana The Hollywood Reporter citou a obra como uma das séries recomendadas aos ‘viúvos’ de Game Of Thrones, que foi considerada a maior produção televisiva de todos os tempos. Esses dados elevam muito o status da série e a responsabilidade de quem está por trás dela. “Descobri o quanto ela é querida e o quanto evoluiu desde que estreou. Dá para ver nitidamente como o sucesso fez bem e mudou a série de uma produção com orçamento limitado na primeira temporada para esse fenômeno que existe hoje”, analisa o roteirista.

Os novos episódios terão a direção de Dani Libardi, Daina Giannecchini e Jotagá Crema. Segundo Montenegro, as expectativas estão altas. “A gente adorou o resultado e espera que as pessoas gostem também. Nos vemos em 7 de junho”, encerra.




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