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Uma década de evolução dos carros
Por Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
22/01/2011 | 07:23
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Se há uma década o que fazia sucesso nos carros era seu número de porta-trecos, atualmente a conectividade, navegação, eficiência no consumo e segurança são os fatores tecnológicos que marcam a evolução do automóvel.

O Salão de Detroit (Estados Unidos), que se encerra para o público amanhã, deixou claro que a indústria automobilística tomou o caminho sem volta da eletrificação, comunicação sem uso das mãos e recursos que ajudam a evitar ou minimizar impactos dos acidentes.

"Os carros tornaram-se mais como cérebro sobre rodas", disse Sheryl Connelly, gerente da Ford para tendências globais, na abertura da mais importante exposição de carros norte-americana.

Já o CEO da marca, Alan Mulally, disse em Detroit que o avanço da internet e da telefonia móvel mudou a maneira como os consumidores encaram seus carros. Por isso, a ordem é desenvolver veículos globais cada vez mais eficientes e que atendam aos desejos por inovação.

Com muito mais tempo parados dentro de seus carros em razão dos congestionamentos, o anseio dos consumidores em várias cidades do mundo é que o veículo ofereça possibilidades para que o tempo ocioso seja melhor aproveitado.

Para os mercados mais desenvolvidos, a exposição em Detroit deixou claro a evolução dos últimos dez anos. Se há uma década destacavam-se leitores de discos compactos e recursos como o limitador de velocidade, o desejo dos consumidores de ter acesso constante a informações ajudou a criar sistema de controle de voz ativa.

Alguns modelos da Ford da linha 2011 à venda nos Estados Unidos, por exemplo, já são equipados com recursos que passam informações sobre o tráfego em tempo real.

Há dez anos, rádio por satélite não estava disponível nos carros. Hoje, mais da metade dos automóveis novos de passageiros é equipada com o recurso nos Estados Unidos, permitindo, por exemplo, a reprodução de música por meio de USB.

A condução ficou também mais fácil com as novas tecnologias, que auxiliam e fazem manobras de estacionamento. A eletrônica também permite ao motorista escolher o modo em que dirigir: do esportivo ao macio. Além disso, em veículos 4x4, ela ajuda a superar obstáculos em terrenos fora de estrada.

Em 2000, nos Estados Unidos, cada carro tinha em média dois air bags. Atualmente, a maioria dos veículos tem pelo menos quatro, com alguns modelos equipados com até dez air bags, que ainda melhoram o acionamento e evitam acidentes.

Montadoras também desenvolveram sistema de aviso de colisão, que detecta veículos à frente. Em alguns casos, o carro para completamente antes da colisão. Se o condutor dormir ou sair de sua faixa, um aviso sonoro é emitido no habitáculo.

No Brasil, maioria ainda não tem acesso às inovações

Com mais de 50% das vendas concentradas em carros de motorização 1.0, o mercado brasileiro tem dificuldade para absorver a maior parte das tecnologias já disponíveis em veículos que rodam em países desenvolvidos.

Segundo o argumento do marketing das montadoras, o consumidor local tende a priorizar o menor preço. Assim, itens de aparência acabam prevalecendo sobre os de segurança, por exemplo.

Se o consumidor não se importa, o fabricante não impõe. Assim, o governo federal obrigou incorporação de fábrica dos freios ABS e do air bag a partir de 2013 em todos os veículos. Atualmente, somente cerca de 25% dos carros novos são equipados com esses sistemas que melhoram a segurança.

A maioria das inovações só chega ao Brasil nos modelos mais caros - grande parte deles importados. O Ford Fusion foi um dos primeiros veículos do mercado nacional a oferecer a tecnologia híbrida, mas seu preço é praticamente 50% maior.

 




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