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Aumenta registro de
nascimentos na região
Por Marília Tiveron
Raphael Calles
30/05/2011 | 07:18
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Cinco das sete cidades do Grande ABC apresentaram alta no total de registros civis no primeiro quadrimestre deste ano, em comparação com os nascimentos em igual período de 2008. É o que aponta levantamento feito com base nos dados coletados há três anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e nos números de janeiro a abril, obtidos pelo Diário nos cartórios da região.

As cidades que registraram o maior aumento foram Rio Grande da Serra (22,2%) e São Caetano (17,6%), seguidas por Diadema (11%), Santo André (8,1%) e Ribeirão Pires (1,84%). Já São Bernardo e Mauá apresentaram, respectivamente, redução de 17% e 1,2%.

Doutorando em Ciências Sociais na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), Edson Coutinho da Silva afirmou que as oportunidades de trabalho em Rio Grande da Serra propiciaram a ampliação de registros. "Esse fato pode ser explicado devido às duas indústrias que se instalaram na cidade, o que fez com que surgissem novas oportunidades de emprego. Acredito que parte dessas pessoas que se mudaram para o município - ou para os limites dele - seja recém-casada ou casais que já estão juntos há algum tempo, mas não tiveram infraestrutura para ter filhos antes."

Em São Caetano, o crescimento é atribuído pelo especialista ao elevado Índice de Desenvolvimento Humano - em escala de 0 a 1, sendo 1 o melhor valor, o município atinge 0,919. "São Caetano vem despertando os olhares das pessoas em virtude da sua potencialidade econômica e social", explicou Coutinho. Para ele, "as condições de Educação e Saúde qualificam o município como referência para quem deseja constituir família".

O doutorando ainda citou a fuga do trânsito e melhor qualidade de vida como fatores atraentes no Grande ABC. Contudo, atentou para os desdobramentos desse deslocamento populacional. "Estrangulamento dos serviços públicos, transferência dos problemas de trânsito da Capital para os municípios da região e aumento da violência."

Na opinião da coordenadora do curso de Ciências Sociais da Universidade Metodista Luci Praun, o aumento de registros elevará a demanda de serviços públicos municipais voltados para a população infantil, aumentando a procura por creches e médicos pediatras.

QUEDA
Com relação a São Bernardo e Mauá, a queda no índice de registros pode ser atribuída à maior conscientização das famílias no que diz respeito a métodos contraceptivos, na opinião do professor e coordenador técnico de pesquisas na Universidade Municipal de São Caetano Leandro Prearo. "Nesses dois municípios, há grandes áreas periféricas, onde ainda encontram-se famílias numerosas. Contudo, essa população tem agora mais acesso à distribuição de pílulas, preservativos e palestras sobre controle de natalidade. A comunicação é mais efetiva", afirmou.

A diminuição, avaliou o professor, segue uma tendência mundial. "A população não só das sete cidades, como de todo o mundo, está envelhecendo."

 

Isabela e Arthur lideram ranking

A escolha do nome de um recém-nascido geralmente demanda tempo e cuidado dos pais. São nove meses de análise de opções e combinações diferentes. Às vezes, só vendo o rostinho do bebê para se chegar a uma conclusão. Alguns casais preferem nomes extravagantes, exóticos. Já outros optam pelos mais simples e comuns.

Levantamento feito pelo Diário mostra que Isabella, Maria Eduarda, Beatriz, Vitória, Giovanna e Manuela, nesta ordem, lideram o ranking dos nomes mais populares na região, de acordo com registros de janeiro a abril deste ano. Nas primeiras colocações masculinas despontam Arthur, Pedro, Gabriel, Matheus, Lucas e Miguel.

A grafia dos nomes parece não importar: nomes escritos com TH, Y e K e com estilo americanizado são comumente encontrados.

A publicitária Luciana Moraes Silva deu à luz Beatriz em março. Sua primeira filha foi quem sugeriu o nome, mas o significado pesou na hora da escolha. "Beatriz quer dizer aquela que traz felicidade, e tem tudo a ver com o momento em que eu estava vivendo. Após ter minha primeira filha - que hoje tem 20 anos -, o médico disse que eu só iria engravidar novamente se fizesse tratamento. Então, quando soube que estava grávida da Beatriz sem ter realizado nenhum procedimento, foi uma grande surpresa para todos", lembrou.

A auxiliar administrativa Kátia Regina Galdino, moradora de Santo André, batizou seu primeiro filho de Arthur e disse desconhecer a popularidade do nome. "Queria justamente um nome que ainda não tivesse na minha família nem na família do meu marido", justificou.

De acordo com Marcelino Matsuda, advogado e professor da Faculdade de Direito São Bernardo do Campo, a ideia do nome é identificar uma pessoa, por isso, quanto mais extenso, maior a chance de não existir homônimo. "Com nomes comuns, você não consegue individualizar a pessoa. Fora isso, é preciso considerar os reflexos civis e criminais do homônimo",avaliou.




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