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Indústria ameaça aumentar preços da linha branca
Por Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
04/05/2011 | 07:19
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Tiago Silva/DGABC


 

O avanço no preço de matérias-primas como o aço e o plástico está pressionando o custo de fabricação de produtos da linha branca (refrigerador, lavadora de roupa, micro-ondas). Diante deste cenário, a indústria planeja elevar os valores entre 5% e 15%, segundo varejistas ouvidos pela equipe do Diário.

Entretanto, o reajuste deverá ocorrer a partir do segundo semestre, pois o estoque para o Dia das Mães foi negociado com antecedência pelas redes. "Existe pressão para aumentar os preços, mas estamos firmes nas negociações", diz o gerente de compras de eletro da Coop (Cooperativa de Consumo), Edson Rodrigues.

O assessor econômico da Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), Fábio Pina, pontua que os preços das commodities aço e plástico realmente ficaram mais caros ao longo dos últimos anos.

"Às vezes ocorre alta excessiva dos custos de produção. Outro fator é que o mercado interno acaba absorvendo um pouco da inflação das commodities no Exterior, pois o câmbio não está apreciado como deveria", afirma o economista.

Pina acrescenta que também faz parte do negócio a indústria testar o varejo para verificar se o canal aceitaria eventual aumento nos preços. Segundo o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em São Caetano, Willian Pesinato, o aço inoxidável subiu em média 12% neste ano.

"O repasse do preço está sendo feito aos poucos para não causar forte impacto no valor dos produtos", detalha Pesinato. Sobre o plástico, não houve alta significativa neste ano, mas o estoque do produto está menor.

VAREJO

O gerente de produto do Walmart, Rafael Gazza, ressalta que "os preços permanecem estáveis para o Dia das Mães, mas os fabricantes querem repassar os custos, encarecendo os produtos entre 5% e 10%."

No Extra, o gerente comercial de linha branca e eletroportáteis, Alexandre Lopes, confirma que refrigeradores, microondas e lavadoras de roupas vão encarecer no próximo semestre. "Os fornecedores querem entre 5% e 15%, mas tentaremos que a alta não seja superior a 5%."

Lopes emenda que este cenário de elevação não atingirá os eletroportáteis como espremedores de fruta, grills e ferro, pois são importados. E a cotação baixa do dólar beneficia o preço deles. O mesmo acontece com liquidificadores e batedeiras.

O gerenciador da Coop afirma que as negociações ainda não começaram, mas foi sinalizada intenção da indústria de reajuste entre 5% e 10%. A expectativa é que fogão e refrigerador tenham percentuais menores, pois são os que têm maior volume de vendas na linha branca.

Procurada para comentar o assunto, a Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos) não quis se pronunciar. O mesmo aconteceu com a Whirlpool (dona das marcas Brastemp e Consul) e LG Eletronics. A Mabe (detentora da GE, Continental e Dako) limitou-se a informar que ainda não há previsão de aumento nos preços.




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