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Roubos e furtos de veículos crescem em 5 cidades da região
Por Andrea Catão e Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
04/05/2005 | 11:15
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Cinco municípios do Grande ABC registraram aumento no número de roubos e furtos de veículos no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2004. Os números dispararam em São Caetano e São Bernardo, que registraram 48,10% e 34,13% de alta, respectivamente. Diadema é a terceira no ranking da região, com 7,27%. Mesmo assim, supera a média do Estado (3,74%). Santo André teve a menor alta na região, 1,59%. Em Rio Grande da Serra, o baixo número de ocorrências distorce o percentual, que ficou em 233,33%. Nos primeiros três meses de 2004 foram três casos registrados na cidade, contra 10 anotados neste ano.

Os dados divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública mostram queda apenas em Mauá (-23,16%) e Ribeirão Pires (-17,11%). A média do Grande ABC nesse tipo de crime foi de 10,37%, enquanto o índice da Região Metropolitana ficou em 7,77%. Na capital houve queda de 2,31%. Mesmo cidades com histórico violento ficaram com índices inferiores aos de São Bernardo e São Caetano. Campinas, no interior, teve aumento de 11,58%, e Guarulhos, segunda cidade em população no Estado, registrou 10,50%.

As polícias Civil e Militar justificam a alta acentuada de roubos e furtos em São Caetano e São Bernardo à migração de assaltantes de Santo André, cidade onde dizem ocorrer maior repressão policial desde o início do ano. Isto porque a cidade – em números absolutos – ainda lidera na região os casos de roubos e furtos de carros (veja quadro). Santo André também registrou em 2003 o índice mais grave desse tipo de crime em relação ao tamanho da população. Foram 1.515,46 ocorrências por 100 mil habitantes, seguida de São Caetano, com 1.276,52, e de São Bernardo, 714,29, segundo dados do Ieme (Intituto de Estudos Metropolitanos).

O major José de Farina Quesada, do CPAM-6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana 6), afirma que houve concentração de ações policiais em Santo André, principalmente na chamada faixa de gaza do crime, na divisa com a zona Leste da capital, por causa da alta incidência de roubos naquela região.

O delegado seccional de São Bernardo, Marco Antônio de Paula Souza, responsável também por São Caetano, endossa a posição de Quesada. “O combate a esses delitos em Santo André era uma prioridade para a cidade e as polícias Civil e Militar do município realizaram inúmeras ações para combater a criminalidade nas áreas mais críticas. Os bandidos, como conseqüência, passaram a atuar em cidades mais próximas”, afirmou o delegado.

“Os roubos e furtos de veículos em São Bernardo e São Caetano não eram a nossa principal preocupação, mas sim a diminuição do número de homicídios, que são crimes contra a vida e que consideramos mais graves. Esse objetivo que buscávamos, conseguimos alcançar”, ressaltou Souza, delegado seccional de São Bernardo. De fato, São Caetano registrou queda de 25% no número de homicídios nos primeiros três meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Em São Bernardo, a diminuição foi de 10,86%.

O delegado disse que foram realizados trabalhos de investigação e blitze em bairros como Montanhão e Alvarenga, em São Bernardo, com o intuito de apreender armas de fogo que, possivelmente, seriam utilizadas em homicídios. Entretanto, o seccional não forneceu números de armas apreendidas. “Essas ações surtiram efeitos concretos e fizeram com que a população sentisse que a polícia está presente. Isso evita em larga medida os homicídios”, acrescentou o policial. Em São Caetano, as ações ocorreram na divisa com a zona Sul de São Paulo.

De acordo com o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), de 2004 para cá, a frota de São Caetano aumentou 115.844 (março/2004) para 115.990 (março/2005), 0,12% a mais. Índice que não justifica a alta de roubos de um ano para o outro na cidade. Em São Bernardo, a situação é semelhante. A elevação da frota foi um pouco maior – 2,99% –, passando de 356.142 carros em 2004 para 366.779 veículos neste ano. Em Santo André, o aumento da frota foi de 2,46% e a elevação do índice dos crimes foi baixa, de 1,59%.

Apesar da alta no índice de roubo e furto de veículos registrados em São Caetano e São Bernardo no primeiro trimestre deste ano, houve redução de roubo e furto de carros nessas cidades, quando analisados os números dos últimos cinco anos.

De 2000 a 2004, São Caetano teve queda de 25,03% e São Bernardo, 35,95%. A média de diminuição do Grande ABC foi de 28,82%. O decréscimo desses delitos acompanha uma tendência registrada em todo Estado (28,18%). Na Região Metropolitana, houve 27,85% de crimes, assim como na capital (22,69%), Campinas (44,46%) e Guarulhos (30,18%).



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