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Transtorno Obsessivo Compulsivo afeta 2,5% da população
Por Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
10/05/2009 | 08:15
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Alice (nome fictício), 26 anos, de Diadema, era adolescente quando os primeiros sintomas de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) começaram a aparecer. Sentimentos de culpa e de auto-cobrança a consumiam. Pensamentos pessimistas a faziam perder o apetite e o sono e causavam arritmia e tontura.

O que foi diagnosticado por três psiquiatras como depressão era, na realidade, um tipo de transtorno de ansiedade que atinge cerca de 2,5% da população. Apenas o quarto especialista descobriu o que a jovem - na época com 19 anos - realmente tinha. Só então ela iniciou o tratamento correto. "É uma coisa que domina a gente. Foi um alívio saber o que eu tinha", diz Alice.

Lavar as mãos em excesso, ter de ordenar todos os objetos, conferir se tudo está fechado ou correto repetidas vezes são exemplos mais comuns de TOC. O que aparentemente é interpretado como mania ou superstição pode, na realidade, ser a enfermidade.

"Existem comportamentos e impulsos que se repetem, compulsões e obsessões em que a pessoa tem atos ou rituais que são realizados para compensá-la ou salvá-la desses pensamentos", explica o professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina do ABC, Sérgio Baldassin.

A psicóloga cognitiva comportamental e voluntária da Astoc (Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo Compulsivo) Helena Prado revela que o problema se transforma em patologia quando interfere na vida da pessoa. Em casos extremos, a doença pode colocar em risco a vida da pessoa ou de terceiros, como a história de um paciente de Baldassin que era impelido, de uma hora para outra, a colocar o carro em marcha ré.

As causas do TOC são variadas e entre elas está a hereditariedade. O transtorno não escolhe idade ou classe social. O cantor Roberto Carlos e a atriz Luciana Vendramini, por exemplo, já revelaram que têm o problema.

O diagnóstico é feito por um médico especialista e não há exames físicos que auxiliam na descoberta da enfermidade. Já o tratamento é por meio de remédios e terapia comportamental. Apesar de não existir cura, os especialistas garantem que o paciente pode ter melhora na qualidade de vida.

Alice sabe que sempre será incomodada por pensamentos compulsivos. Mas ela acredita que o primeiro passo para driblar o TOC é buscar informação e tratamento com um especialista. "Eu vivo cada dia um dia. Às vezes, dá vontade de desistir, de pular da janela. É difícil. Precisa de muita força de vontade."




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