Uma manobra da oposição vai impedir que o processo de cassação do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), seja votado nesta semana. O relator da matéria na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), disse nesta segunda-feira que não apresentará seu parecer antes da próxima semana.

A CCJ votaria a cassação do senador na quarta-feira, o que permitiria ao processo ser apreciado pelo plenário na quinta. A intenção da oposição é adiar a votação da matéria para impedir que um possível acordo entre o governo e o PMDB resulte na absolvição de Renan.

“Não tenho nada a ver com o calendário do governo. Tenho de seguir minha consciência”, disse Virgílio.

A licença de Renan da presidência do Senado termina na próxima segunda-feira (26). Com a transferência da votação para a semana que vem, o processo de cassação irá a plenário com Renan de volta ao exercício do cargo, a menos que ele renuncie ou renove a licença.

No processo, Renan é acusado de usar ‘laranjas’ na compra de duas emissoras de rádio e de um jornal em Alagoas. Se for considerado culpado por pelo menos 41 dos 81 senadores, ele perderá o mandato e terá os direitos políticos suspensos por oito anos.