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Candidato à presidência quer OAB com menos conotação política
Por Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
25/03/2006 | 08:04
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Uma OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) voltada mais para os advogados e com menos conotação política. Essa é a principal bandeira do advogado Rui Fragoso, que em novembro disputa a presidência da secção São Paulo. Luiz Flávio Borges D‘Urso tentará a reeleição. O mandato da diretoria é de três anos.

“A Ordem está excessivamente atrelada a interesses que não são propriamente dos advogados. Ela está muito ligada a interesses políticos e a gente tem visto o esquecimento dos advogados no dia a dia. A atual gestão ficou muito próxima dos holofotes e das questões que a mídia dava repercussão. E a nossa intenção é voltar a gestão para o advogado”, explica Fragoso.

Um dos problemas apontados pelo advogado é o grande número de cursos de Direito no país: 880. Somente em São Paulo são mais de 250. Segundo o cabdidato, nos Estados Unidos são 204. Para Fragoso, o problema está no fato de que o Ministério da Educação não leva em consideração a opinião da classe na hora de credenciar o curso. “A Ordem tem que ter uma participação mais ativa na hora de avalizar um curso. Quando presidi a Comissão de Ensino Jurídico da OAB, foram submetidos cerca de 60 cursos no Estado, dos quais eu opinei favorável a quatro. Ainda assim, foram criados mais de 30.”

Fragoso também aponta o baixo índice de bacharéis em Direitos aprovados no exame da Ordem (no ano passado foram cerca de 20%) como um complicador a mais na realidade do profissional. Segundo ele, a responsabilidade para isso tem de ser dividida. “O exame tem que ser reformulado, de modo a procurar aferir o conhecimento efetivo que o candidato tem”.

Mesmo com o grande número de cursos, Fragoso – que exerce a profissão há 26 anos – visualiza um cenário pessimista, que caminha para uma crescente perda de mercado de trabalho para o profissional da advocacia. “Muitas vezes se faz uma falsa idéia de que a presença do advogado atrasa, emperra e burocratiza o processo. Mas a participação do profissional é o alerta da extensão dos direitos das partes. O advogado tem que ter consciência da sua importância na sociedade”. O Estado conta hoje com cerca de 225 mil profissionais da área. Somente no Grande ABC são 13 mil advogados.




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