Política Titulo Eleições 2020
Kiko admite não concorrer à reeleição em Ribeirão Pires

Condenado em processos na Justiça e com avaliação em xeque, prefeito cogita apostar em seu vice na eleição de 2020

Por Daniel Tossato e Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/12/2019 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


O prefeito de Ribeirão Pires, Adler Kiko Teixeira (PSB), tem cogitado, a interlocutores, não concorrer à reeleição no ano que vem. A justificativa envolve problemas na Justiça e má avaliação do governo.

O Diário apurou que Kiko teria dado sinal verde ao seu vice, Gabriel Roncon (PTB), para que iniciasse articulação em busca de ser o candidato do governo ao Paço em 2020. Roncon, que está como prefeito em exercício até o dia 18, tem intensificado agendas de rua, inclusive com secretários mais próximos do socialista.

A situação de Kiko na Justiça inspira cuidados. O socialista é réu em duas ações civis movidas pelo Ministério Público, ambas quando ele era prefeito de Rio Grande da Serra – seu mandato foi de 2005 a 2012.

Uma delas envolve a contratação de Anderson Meira Lopes, filho do então secretário de Administração, Luiz Castilho Lopes, para cargo comissionado de assessor de processamento de dados. Essa ação foi julgada em primeira instância, Kiko foi condenado. Em segunda instância, o socialista perdeu o recurso no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) – teve as penas à suspensão dos direitos políticos por cinco anos e à perda de função pública mantidas. O processo está em fase de embargos e recursos especiais após a decisão da 9ª Câmara de Direito Público, de 26 de setembro de 2018.

Em uma outra ação, que ainda corre em primeira instância, o prefeito de Ribeirão foi acusado pelo MP de patrocinar contratação irregular do Cemed (Centro de Emergências Médicas) pela Prefeitura de Rio Grande. O processo se encontra em período de oitivas, sem análise na primeira instância ainda.

Pela Lei da Ficha Limpa, um político fica impedido de concorrer a cargo público se for condenado por órgão colegiado. Portanto, a manutenção da condenação, pelo TJ-SP, na contratação de um aliado pode enquadrar Kiko.

A possibilidade de Kiko não concorrer à reeleição movimenta até mesmo o campo da oposição ao atual chefe do Executivo. Tanto que Clóvis Volpi, que comandou a Prefeitura entre 2005 e 2012, lançou ontem sua pré-candidatura à administração de Ribeirão. O anúncio foi feito em tradicional restaurante no Centro da cidade, durante ato do PL Mulher – Volpi deve se filiar à legenda em breve. Antes de bater o martelo por concorrer em Ribeirão, Volpi cogitou ser candidato em Mauá.

Nos últimos meses, o socialista sofreu derrotas administrativas e viu o nome da cidade ligada em polêmicas. A mais recente foi a descoberta de um tomógrafo abandonado em prédio de hospital que está em obras há seis anos. A situação levou o Ministério Público a questionar o Executivo. O equipamento deve ser descartado como sucata.

No mês passado, Kiko viu o convênio com o Sesi (Serviço Social da Indústria), que previa R$ 30 milhões para a revitalização da Fábrica de Sal e a construção de uma nova escola na cidade, ser enterrado após imbróglio que se arrastou por pouco mais de um ano. O MP questionou a doação do imóvel tombado e o prefeito não encontrou saída para que a parceria fosse firmada.

A equipe do Diário não localizou Kiko para comentar o caso. 




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