Em greve por tempo indeterminado, professores discordam de proposta do colégio particular
Aproximadamente 80% dos professores do Colégio Metodista, instituição de ensino ligada à Universidade Metodista, em São Bernardo, estão de greve por tempo indeterminado desde segunda-feira. Os docentes discordam da proposta de pagamento dos salários de setembro em 6 de novembro, quando os valores de outubro deveriam ser depositados.
Na semana passada, o Sinpro-ABC (Sindicato dos Professores do Grande ABC) e a escola participaram de mediação no Ministério Público do Trabalho, porém, a instituição manteve a proposta. “O colégio alega falta de fluxo de caixa, mas, olha a quantidade de alunos, são pelo menos 8.000 em toda rede (inclui o colégio e a universidade)”, explicou José Jorge Maggio, presidente do sindicato.
Além dos salários atrasados, os profissionais reivindicam o pagamento do valor equivalente a um terço das férias, que deveria ter sido pago em junho; depósito de parcelas atrasadas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do vale-alimentação referente a cinco meses. “Daqui a pouco, vem o 13º (salário) e cria mais uma insegurança na gente, por isso, optamos pela paralisação”, afirmou Maggio.
Nova assembleia será realizada hoje, às 18h30, na Câmara Municipal de São Bernardo, para decidir o futuro da greve. Até lá, a orientação do Sinpro-ABC é que os pais não levem os alunos à escola e que todos os professores permaneçam em casa. Segundo o representante da categoria, a entidade está solicitando mediação no Tribunal Regional do Trabalho.
O Instituto Metodista de Ensino Superior informou, em nota, “que os salários dos docentes e administrativos vencidos em 5 de outubro de 2019 estão sendo regularizados paulatinamente” e destacou o cenário econômico “global e desafiador” do País. O comunicado garantiu que o colégio está mantendo o diálogo com pais e familiares por meio de comunicados gerais.
A equipe do Diário esteve em frente à escola no fim da tarde de ontem. Porém, não encontrou movimentação de alunos em horário de saída.
HISTÓRICO
Professores da Universidade Metodista e Colégio Metodista sofrem com atrasos em pagamentos desde 2015, quando valores do FGTS deixaram de ser depositados. Há pelo menos dois anos, a rede também atrasa o depósito de salários, férias, vale-alimentação e vale-transporte.
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