A Petrobras ofereceu aos trabalhadores, em greve desde quinta-feira em todo o País, reajuste salarial que pode chegar a 8,39%. O percentual é composto de aumento real que varia de 1,82% a 2,3% mais reposição da inflação de 6,09%. A proposta anterior oferecia alta real de 1,4% a 1,8%.

Segundo o diretor do Sindipetro-SP (Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo) Juliano Deptula Lima, os sindicatos representantes dos petroleiros ainda não haviam sinalizado se aprovariam ou não a proposta. Caso seja acatada, deve ser apresentada hoje aos empregados. Só então serão definidos os rumos da paralisação, que entra hoje em seu quinto dia útil. Só no Grande ABC, na Recap (Refinaria de Capuava), em Mauá, 500 funcionários diretos estão de braços cruzados.

“O grande avanço dessa proposta da Petrobras foi nas cláusulas sociais”, ressalta Lima. Os adicionais (pagos a quem for trabalhar no Estado do Amazonas) e benefícios receberam oferta de correção de 8,56%, contra somente a reposição da inflação na proposição anterior. Aí estão incluídos benefícios educacionais, como auxílios creche e ensinos Fundamental e Médio, e o Jovem Universitário, subsídio para o filho do trabalhador.

O auxílio-almoço, concedido aos profissionais da área administrativa, onde não há refeitório, subiu de R$ 698,06 para R$ 769,56 pela proposta. Além disso, a licença-paternidade passou de cinco para dez dias, e mães que tiverem partos prematuros serão remuneradas pelo período em que o bebê permanecer internado, mais a licença-maternidade.

O pagamento de hora extra sobe para 100% do preço da trabalhada, ante os 80% atuais. E as empresas terceirizadas terão de pagar como caução até 5% do valor do contrato, como precaução de calotes.