O primeiro dia do prefeito afastado de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), longe da prisão foi marcado por reclusão familiar. Ele ficou detido por 37 dias por conta das ações da Operação Prato Feito, deflagrada pela Polícia Federal em 9 de maio para desmantelar esquema de fraudes em contratos da merenda escolar e uniformes fornecidos às redes públicas. Inicialmente não havia ordem de detenção, mas policiais decidiram prender o político ao encontrem R$ 87 mil, em espécie, na casa dele.

O chefe do Executivo mauaense aproveitou o sábado sem eventos públicos, preferindo passar o tempo na companhia de familiares em sua residência em Mauá, onde está desde sexta-feira à noite vindo do presídio em Tremembé, para onde foi levado após semanas na carceragem da PF em São Paulo. À tarde, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes revogou, em pedido de liminar, prisão preventiva do socialista.

O único contato de Atila com o público ocorreu por meio de postagem realizada em sua página pública no Facebook, que vinha sendo atualizada normalmente com mensagens sobre ações de seu governo e alguns dizeres religiosos, sem nunca fazer referência ao caso que o tirou da Prefeitura. Na carta intitulada Deus é Justo e a Verdade Sempre Aparece!, o político agradeceu aos apoiadores pela preocupação durante o que classificou de “período de turbulência” em sua vida.

“Esperança é confiar em algo que não vemos e a esperança está sempre em Deus. Por isso venho agradecer a cada um que confiou, acreditou e orou pela minha liberdade. Todo o carinho e confiança que depositaram em nosso trabalho por uma Mauá Melhor sempre valeu e sempre vai valer a pena. Recebemos diversas declarações de apoio, esperança, carinho e amor. Todas essas mensagens foram fundamentais nesse período de turbulência para ter a certeza de que continuamos com o projeto da Mauá de Cara Nova, a Mauá com Qualidade de Vida. Não tenho palavras para agradecer o carinho, o respeito e a sua confiança. Contem sempre conosco”, diz a publicação.

No despacho de análise de habeas corpus impetrada pela defesa do socialista, Gilmar Mendes determinou que o TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região estipulasse medidas cautelares contra o político. Foram impostos o afastamento de Atila e pagamento de R$ 85 mil em fiança, em caráter provisório. A defesa de Atila juntou argumentos que injustificariam a prisão, entre eles domicílio fixo, bons antecedentes e declaração de IR (Imposto de Renda) que apontam ganhos compatíveis com os valores encontrados em sua residência.