"Não se pode ter um estado que funcione sem algum tipo de segurança e inteligência", declarou a embaixadora iraquiana Rend al-Rahim Francke em entrevista à PBS, rede de televisão pública americana.

A Direção Geral de Segurança anunciada por Allawi "não é uma organização novinha em folha, mas a recriação de uma instituição de inteligência que existiu (durante o governo Saddam Hussein) e agora está sendo reorganizada sob o comando do ministério da Justiça". Sobre as críticas à volta do aparato repressor do antigo regime, a embaixadora salientou que a mudança no controle da agência "é uma mudança muito importante".

Francke, que vive nos EUA há dois anos e dirigiu a Fundação Iraque, um centro de estudos contrário ao ex-presidente Saddam Hussein, afirmou que seu país enfrenta hoje "um movimento terrorista composto por estrangeiros". Segundo ela, este movimento também inclui "pessoas que estiveram aliadas ao velho regime e se beneficiaram dele, assim como temos fundamentalistas islâmicos nativos e estrangeiros".

"Trata-se de uma conjunção de interesses táticos para minar o sistema no Iraque. Precisamos de inteligência não apenas para capturar criminosos depois de cometido o fato, mas também como dissuasão. E isso é muito importante para nossa segurança", defendeu.

A diplomata comentou que se o regime não tivesse sido derrubado pela coalizão liderada pelo governo americano, Saddam teria estendido seu mandato até o fim de seus dias e até além disso. "Ele estava preparando seu filho Qusay para sucedê-lo", afirmou.

"Acredito que se livrar de Saddam Hussein foi um ato moral supremo que a coalizão fez pelo povo iraquiano e pela região", disse, concluindo que "o povo iraquiano está mais seguro. O Iraque é um lugar mais seguro e, por enquanto, a região é um lugar mais seguro e, definitivamente, o mundo inteiro o é".