Presidente do diretório do PT de Santo André, o ex-vereador Antônio Padre evitou críticas e atribuir responsabilidades a antecessores no comando da sigla, admitindo, contudo, equívoco no processo que encerrou na perda do imóvel na Rua Antônio Cardoso Franco, bairro Casa Branca, que abrigava a sede municipal – espaço foi leiloado pelo valor de R$ 430,7 mil para quitação de passivo.

“É complicado falar sobre a situação. A dívida que vem para o PT é desproporcional. Além de perdermos a Prefeitura, ali começa todo o problema. Não vou entrar no mérito da questão, mas, no mínimo, houve erro de cálculo entre débitos de campanha (de 2016) e o que sobrou para o partido.”

Padre assumiu a direção do PT local no começo de 2020, quando já se arrastava a cobrança de dívidas atribuídas a prestadores de serviço durante a empreitada frustrada de reeleição de Carlos Grana (PT), acumulando volume de quase R$ 400 mil. Deste montante, cerca de R$ 180 mil foram requeridos em títulos judiciais. A quantia, acrescida de juros e correção, entrou na casa de R$ 266 mil. No período, a executiva do partido transitou entre o ex-deputado Luiz Turco e sindicalista José Paulo Nogueira.

A cúpula do PT andreense tem se reunido nos últimos dias para estudar saídas para o revés no caso da sede. Entre as opções avaliadas estão negociar locação do mesmo espaço com o novo proprietário do imóvel ou prazo de permanência provisória para alugar outra área. “Não dá para dizer neste momento se será salão ou uma sala. Iremos avaliar alternativas. A partir de agora temos que pensar para frente, na reconstrução. Precisamos restabelecer compromissos e, ao mesmo tempo, ampliar nossa capacidade de captar recursos”, disse Padre.

O dirigente petista pontuou que comissão criada na legenda vai traçar plano financeiro. “Existem várias maneiras de contribuição. Temos vereadores, (servidores em) comissionamentos, filiados. O PT tem tradição de fazer atividades, eventos, que possam gerar recursos. Essa condição vamos em busca de retomar, é necessária colaboração de quem possa ajudar a dar conta da reconstrução.”

O PT registra histórico de cinco governos em Santo André nos últimos 30 anos. Amarga, no entanto, duas derrotas consecutivas acachapantes, em 2016 e 2020. “Temos histórico. Não trabalho com a ideia de sair do zero. Vejo condição de termos perdido batalha, mas a guerra continua. Temos que repensar algumas ações, verificar o que pode ser diferente, principalmente na organização.”