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Em Rio Grande, comissionados atuaram por seis meses sem portaria

Governo Claudinho efetivou nomeação em junho de 10 indicados contratados em janeiro

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
07/07/2021 | 00:27
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Nario Barbosa/DGABC


O governo do prefeito de Rio Grande da Serra, Claudinho da Geladeira (Podemos), permitiu que dez funcionários comissionados atuassem na administração, com recebimento de salário regular, sem publicação de portaria durante aproximadamente seis meses.

O Diário identificou que esses servidores ingressaram na gestão em janeiro, juntamente com o prefeito, mas as nomeações foram regularizadas somente no dia 11 de junho, com publicação no jornal Folha de Ribeirão Pires, que veicula os atos oficiais rio-grandenses.

Entre os nomes está Silvia Maria Rodrigues da Silva, protagonista do escândalo do suposto fura-fila da vacinação contra a Covid-19 no município. Chefe de setor da Secretaria de Serviços Urbanos, Silvia foi vacinada no primeiro lote enviado à cidade, alegando ser funcionária da Secretaria da Saúde – postou, inclusive, foto do momento em que recebeu a vacina. Ela, cujo vencimento bruto é de R$ 3.048,92, foi uma das 440 pessoas que foram imunizadas com o carregamento inicial de Coronavac a Rio Grande da Serra.

A portaria de Silvia foi publicada dia 11 de junho retroativa ao dia 4 de janeiro. O Portal da Transparência confirma que ela figura na lista de funcionários desde janeiro.

Situação semelhante acontece com Luciana Duarte de Siqueira Santos (chefe de setor da Secretaria de Cidadania e Inclusão Social), Ronaldo Silva Tavares (chefe de setor de Juventude, Esporte e Lazer), Robson Fernando Gonçalves Frutuoso (chefe de setor de Segurança, Trânsito e Defesa Civil), Sandra Regina Ripari (chefe de setor de Segurança, Trânsito e Defesa Civil), Valderez Camilo (chefe de setor de Serviços Urbanos), João Donizete Coelho (chefe de setor da pasta de Administração), Luiz Carlos Iazetti (chefe de setor de Desenvolvimento Econômico e Turístico) e Leandro Lopes (chefe de setor de Cidadania e Inclusão). Todos têm salário base de R$ 3.048,92.

Além deles, a atual procuradora-geral do município, Sandra Regina Borges Oliveira, funcionária de carreira, foi designada para o cargo na mesma publicação, com data retroativa a 26 de fevereiro. Seus vencimentos são na ordem de R$ 13.622,16.

O tema está presente na CPI do Fura-fila da vacinação na Câmara de Rio Grande da Serra, até porque o governo Claudinho argumentou que Silvia Maria havia sido emprestada para a Secretaria de Saúde diante da demanda de trabalho por causa da pandemia de Covid-19. Entretanto, essa movimentação nunca foi formalizada.

A comissão enfrenta resistência para obter listagem das pessoas imunizadas com o primeiro lote de Coronavac. A administração Claudinho argumenta que entregar os nomes poderia causar constrangimento aos pacientes. A CPI estuda ingressar na Justiça para ter acesso à documentação.

Claudinho não foi localizado para comentar o caso.
 




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