Economia Titulo GLP
Preço do gás cai, mas consumidor não sente

Petrobras corta 8,17% no valor às distribuidoras; para revendedoras, queda não será aplicada na ponta final

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
03/08/2019 | 07:07
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A Petrobras anunciou a primeira redução no preço do gás de cozinha neste ano, que começa a valer na segunda-feira para as distribuidoras. Apesar da queda de 8,17%, o que significa menos R$ 2,14, o consumidor não deve sentir impacto no preço final.

O botijão de 13 quilos de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) vai custar R$ 24,06 no início da cadeia de comercialização, o que representa o menor preço pelo menos desde novembro de 2018 (R$ 25,07). No período, os reajustes trimestrais começaram a ser pautados pela variação das cotações dos gases butano e propano no mercado europeu nos 12 meses anteriores.

Suprimento essencial, o gás de cozinha custa, em média, R$ 69,92 no Grande ABC. Porém, pode ser encontrado a partir de R$ 55 em Mauá e até R$ 89,99 em São Bernardo (veja mais na arte acima). Os preços do botijão foram levantados pelo Diário com base nos dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Segundo a Petrobras, como a lei garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas pela estatal podem ou não se refletir no preço final, que incorpora impostos e repasses dos demais agentes do setor de comercialização.

No caso da composição do valor do botijão, a maior parte (43%) depende da distribuição e da revenda, 38% são de responsabilidade da Petrobras e o restante de impostos, sendo 16% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e 3% de PIS/Pasep e Cofins (Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social).

O Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo) acredita que a queda do GLP residencial oscilará entre 6,5% e 12%. “O ágio praticado pela Petrobras está em cerca de 31% em relação ao preço do mercado internacional. Esse ágio vem pressionando ainda mais os custos de negócios que têm o GLP entre seus principais insumos, impactando de forma crucial empresas que operam com uso intensivo de GLP.”

Entretanto, para o presidente da Asmirg-BR (Associação Brasileira dos Revendedores de GLP), Alexandre Jose Borjaili, a garantia da redução chegar ou não na revenda depende das distribuidoras. “A expectativa é de não chegar nenhuma (queda). Nós não estamos confiantes que as companhias vão repassar este desconto”, afirmou, destacando que as distribuidoras absorvem os descontos justificando ajustes operacionais.

“Se assemelha muito à redução da gasolina, que não chega ao consumidor e, se chega, é em um patamar menor. Porém, medidas que o governo federal está tomando, como a abertura do mercado, o que certamente gera uma competição saudável, e o projeto para que o gás seja vendido de forma fracionada podem beneficiar o consumidor a médio prazo”, analisou o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero. 




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