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Iraque ameaça rever relações com países críticos à morte de Saddam
Por Da AFP
06/01/2007 | 10:36
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O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, afirmou neste sábado que o governo pode "rever suas relações com todos os Estados que não respeitaram a vontade do povo" sobre a execução de Saddam Hussein. Ele ainda destacou que esse é um assunto interno "que diz respeito apenas aos iraquianos".

"Rejeitamos e condenamos as reações, oficiais ou divulgadas pela imprensa, de certos governos", comentou Maliki durante cerimônia pelo 86º aniversário da fundação do exército iraquiano.

"Estamos estupefatos com as reações de certos governos que lamentam o destino do déspota sob pretexto de ele ter sido executado num dia santo, sendo que ele mesmo sempre violou as festas santas", acusou.

"Para nós, trata-se de uma traiçoeira sublevação, uma flagrante interferência nos assuntos internos do Iraque e uma afronta às famílias das vítimas", acrescentou.

Esta é a primeira reação oficial do primeiro-ministro à execução de Saddam Hussein, enforcado dia 30 de dezembro de 2006, dia de festa muçulmana, numa caserna do norte de Bagdá.

Um vídeo pirata de sua morte, divulgado na internet, gerou indignação na comunidade internacional. As imagens, feitas com um telefone celular, revelaram que o ex-presidente foi insultado antes de ser enforcado.

"Consideramos a execução do ditador Saddam Hussein um assunto interno que diz respeito apenas aos iraquianos", declarou Maliki. "A execução do déspota não foi uma decisão política, como afirmam os inimigos do povo iraquiano. Esta decisão foi tomada após um justo processo, que o ditador não merecia", destacou.

"Declaramos regularmente que Saddam Hussein não representava nenhuma pessoa do povo iraquiano. Os crimes que ele cometeu contra o povo, os países e suas instituições são indefensáveis", continuou o chefe do governo.

"Continuaremos aplicando a justiça contra os que abusaram do povo iraquiano e que têm o sangue dos inocentes em suas mãos", completou Maliki.

Saddam Hussein foi condenado à morte por sua responsabilidade no assassinato de 148 xiitas em represália a um atentado contra seu comboio presidencial, em 1982, em Dujail, ao norte de Bagdá.

O ex-ditador também estava sendo julgado por genocídio no Alto tribunal penal iraquiano por ter ordenado as campanhas militares de Anfal, que matou 180 mil pessoas no Curdistão (norte) em 1987-1988, segundo a acusação.



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