Mesmo antes de ficar pronta, uma área de lazer já causa polêmica em Mauá. A Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) transformará um vestiário masculino em salão de jogos para os funcionários. Entre outros equipamentos, o novo espaço deverá contar com mesa de pebolim e tênis de mesa. No mercado em geral, os dois custam cerca de R$ 2.000.

Conforme publicação oficial do dia 28 de dezembro, a Sama gastará R$ 67,9 mil para reformar e adaptar o espaço – de aproximadamente 190 m² – que era usado como vestiário. O prazo de conclusão é de 60 dias.

A vencedora da licitação foi a MWE Pavimentação e Construção Ltda, que ainda não deu início às obras.

A oposição já se manifestou e exige explicações da administração. “Isso representa mais um caso de desperdício. É o dinheiro público mal aplicado”, diz o líder da bancada do PT na Câmara, Paulo Eugênio Pereira Júnior. “Acredito que o governo tenha mais prioridades do que construir salão de jogos. A Sama poderia certamente investir mais no saneamento da cidade”, avalia.

O petista afirma que, assim que a Câmara voltar do recesso (no dia 7 de fevereiro), cobrará da administração Leonel Damo (PV) explicações sobre os gastos. “Vou apresentar um requerimento de informações. Quero respostas sobre esse salão.”

OUTRAS ÁREAS

O superintendente da Sama, Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PSB), diz que a reforma atenderá outras áreas da autarquia de Mauá. “Estamos reformulando vários setores da Sama. Os funcionários ganharão vestiários mais modernos. Por isso, estamos utilizando um espaço para a construção dessa área de recreação”, explica o socialista.

Segundo o diretor de manutenção de abastecimento da Sama, Rogério de Paula Costa, o Kuka, foram os próprios funcionários que reivindicaram a criação de um salão de jogos. “Eles pediram um espaço para descansar no horário do almoço. Assim, resolvemos criar essa área.” A companhia conta com cerca de 150 funcionários. O orçamento para 2008 é de R$ 53 milhões.

Chiquinho do Zaíra enfrentou, no final do ano passado, outra dor-de-cabeça: assinou contrato de um ano para locação de veículos com a empresa Isamix Trading, que foi punida pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) por não ter cumprido acordo em Atibaia. Na ocasião, o superintendente da Sama alegou desconhecer a punição.