O interesse do setor empresarial em oferecer ginástica laboral aos funcionários voltou a crescer nos últimos anos, depois de ter perdido impulso, após boom observado na década de 1990. Ferramenta para prevenir problemas de saúde e propiciar mais motivação e menor absenteísmo (falta no trabalho), a prática elevará, em 2011, em 40% o faturamento da Life PQV, empresa do ramo com sede em São Caetano.

A procura pelos serviços se justifica. Estudo da Fundação Instituto de Administração, da USP, aponta que a ginástica laboral é a terceira colocada entre as iniciativas das empresas que tiveram maior impacto positivo na qualidade de vida dos funcionários, atrás apenas de treinamento e assistência médica.

Com clientes de peso, como a rede supermercadista Coop, a indústria metalúrgica Kostal Eletromecânica, o grupo alimentício Adria e a fabricante de pneus Goodyear, entre outras, e cerca de 5.000 pessoas atendidas por mês, a empresa, que atua há 11 anos no mercado, já projeta expansão de 50% em 2012 em consequência da demanda aquecida.

Para o diretor da Life PQV Márcio Aldecoa, a maior profissionalização, nos últimos anos, ajudou a dar mais credibilidade ao segmento. Segundo ele, antes era comum a figura do multiplicador, que não tinha diploma de educação física, mas oferecia o serviço. "Agora não se permite mais isso, tem de ser profissional da área", assinala.

Além disso, ele destaca que a gestão da ginástica laboral exige trabalho conjunto com os gestores de Recursos Humanos dos clientes, para conhecer e atender as necessidades dos funcionários, de acordo com suas rotinas.

A ideia não é fazer com que os participantes das aulas sejam "escravos da boa forma", mas sim dar condições de as pessoas terem menos problemas de saúde. As sessões incluem alongamento, flexibilidade, relaxamento, e algumas vezes, fortalecimento muscular. No entanto, há mudança nos enfoques e nas partes do corpo a serem trabalhadas, de acordo com os departamentos: de áreas de escritório ao chão de fábrica.

Para Aldecoa, além da atuação no segmento, também há planos de ampliar parcerias com companhias para elaborar projetos voltados à qualidade de vida. A empresa já tem participação em projetos como o Mexa-se, evento promovido pela Coop dentro das lojas e com a corrida e caminhada no final do ano. "Por isso, fortalecemos nosso time (que conta com 18 funcionários, dos quais 15 formados em educação física, e ainda nutricionista e fisioterapeuta) e com investimentos em capacitação", explica o diretor.