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Alunos põem a mão na terra e se divertem

Projeto desenvolvido na Emeief Ayrton Senna da Silva explora universo de bichinhos de jardim

Por Mirela Tavares
Do Diário do Grande ABC
22/11/2011 | 07:00
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Na sala de aula da professora Érica Duduchi Carelli, da Emeief Ayrton Senna da Silva, na Vila Cecília Maria, em Santo André, um terrário de minhocas e outro de bicho-pau são atrações para os alunos da escola.

Os viveiros fazem parte do projeto interdisciplinar Conhecendo sobre os Bichinhos de Jardim, criado por Érica com o objetivo de aguçar a curiosidade e estimular a observação sobre o meio ambiente da sua turma de alunos entre 4 e 5 anos. A partir daí, ela também passou a explorar conceitos como respeito, cuidado e proteção, além das diversas disciplinas, como Matemática, Português, Geografia e Ciências.

"Tudo começou com visita da turma à Sabina Escola Parque, onde as crianças se interessaram pelos terrários que são mantidos por lá", afirma Érica. Atenta à curiosidade e à motivação deles, decidiu desenvolver algo semelhante na própria sala de aula para explorar outras áreas do conhecimento. Para isso, contou com especialistas da Sabina, que foram até a escola para ajudar na montagem dos terrários e na orientação sobre os cuidados com os animais.

Hoje, além dos alunos da turma, todos os demais se interessaram pelo projeto, que envolveu também funcionários como Paulo Ribeiro, que ajuda na coleta e preservação dos animais. "É muito bom ver o interesse das crianças e poder ajudar", diz ele.

Na sala, além de rodas de conversa, as crianças utilizam as primeiras noções de Matemática para contar os bichinhos que estão investigando, de Geografia e Ciência para saber onde e como vivem, de Português para relatar o que viram e o que aprenderam, além de diversas outras atividades lúdicas que os estimulam a conviver melhor com a natureza. E pode-se dizer que eles literalmente põem a mão na massa para declarar o amor às suas mascotes. Em uma das atividades, a professora recorre à culinária e juntos fazem biscoitos com figuras de insetos e minhocas.

"É preciso dizer que a colaboração dos pais foi muito importante, contribuindo para estimular as crianças a se envolver nos trabalhos de casa e a ampliar o conhecimento sobre o tema", diz Érica. Ela também contou com todo o apoio do corpo diretivo da escola e da assistente pedagógica Elaine Rodrigues de Souza. "É um projeto muito importante, principalmente por ter envolvido todo o grupo escolar", diz Elaine, destacando ainda o aspecto interdisciplinar das atividades. 

Estudantes também aprendem na aula sobre preservação

Com sapatinho com desenhos de aranhas, Lucas Teixeira demonstra o seu interesse por esse tipo de bicho. "E eu não tenho nenhum medo", faz questão de ressaltar. Com 5 anos, ele já mostra sabedoria sobre a importância de preservar tanto esses quanto outros animais, uma vez que fazem parte da natureza. "Eles querem cuidar, gostam de pegar e brincar com eles", diz Érica.

Junto com Lucas, os demais alunos visitam os terrários das minhocas e do bicho-pau diariamente para observar o desenvolvimento das suas mascotes. Sem medo, pegam cuidadosamente os bichinhos. Nessa hora, cada um tem uma preferência. "Eu gosto mais da borboleta", conta Natally da Silva Ramos, 4 anos. Como ela, Beatriz Pontes Cruz diz que adora esse tipo de inseto, apesar de ter estampado na meia, que não esquece de mostrar, uma grande joaninha.

Viajando pelo fantástico mundo das fábulas

Dos 24 alunos da professora Ana Maria da Silva Pinto, nove são alfabéticos, sete silábicos-alfabéticos, quatro são silábicos com valor sonoro e quatro silábicos sem valor sonoro. É uma sala do 2º Ciclo Final de Educação Infantil. A idade varia entre 5 e 6 anos.

Quem é pedagogo consegue traduzir o resultado sem muita explicação. Mas, para quem não é da área educacional, o texto acima significa que a professora da Emeief Arq. Estevão de Faria Ribeiro, no Jardim Marek, em Santo André, conseguiu a proeza de entregar ao próximo mestre 16 alunos "redondinhos" para a alfabetização com um ano de antecedência.

"No ano que vem, essa será a sala que todo professor quer", simplifica a assistente pedagógica da escola, Carla Couto Rodrigues. Não foi na base "pirlimpimpim" que Silva Pinto realizou o feito. Vamos aos fatos. No início do ano, Ana Maria aplicou aos alunos exercício de sondagem com o objetivo de detectar preferências e eventuais problemas que deveriam ser sanados.

Percebeu o interesse das crianças pelas histórias infantis. Criou o projeto ‘Ciranda de Livros' e nele utilizou vários recursos, como fantoche, bonecos dos personagens e apresentação de capa do livro em Power Point para trabalhar o gosto pela leitura. Deu certo para todos os envolvidos. Desse caminho, surgiu o projeto seguinte Viajando na Sacolinha Mágica da Leitura.

A professora adotou uma sacola verde onde colocava uma mascote - que é um sapinho sem nome -, um livro com título definido por ela, e que não se repetia, e um caderno para anotações. Em ordem alfabética, cada aluno ficava uma semana com o material.

Aqui, vale ressaltar antecipadamente que a participação dos pais foi fundamental para que o esforço de Ana Maria desse resultado. O trabalho deles era ler para o filho o livro da sacolinha mágica e anotar no caderno o trecho que a criança mais gostou.

Da sua parte, a criança tinha de contar a história que ouviu para o sapinho (sim, ela conversava com o boneco) e, em dia determinado, para a sala de aula. Depois, tinha de desenhar no caderno a parte que achou mais legal.

Um dos resultados excepcionais é o da aluna Nicole Oliveira dos Santos. Com 6 anos , ela consegue ler com uma fluência de espantar qualquer educador. "Consegui mostrar o livro na dimensão do prazer", comemora a professora Ana Maria, satisfeita com o resultado do projeto. (Selma Viana)

Envolvimento dos pais é fundamental no projeto da sala

A professora Ana Maria Silva Pinto relata que o envolvimento da família e das crianças foi tão grande que o material volta intacto. "Achei que os livros fossem voltar danificados, alguns títulos até escolhi pensando nisso, mas vieram inteiros. Tem mãe que até lava a sacolinha".

Quando os alunos da turma da professora Ana Maria souberam que a equipe do Diário estaria na escola para conhecer o projeto, sugeriram à educadora escrever carta em agradecimento. Ana Maria explicou que o mais adequado seria fazer cartão e explicou o que era.

Cada criança desenhou uma figura na capa e todas, com ajuda da professora, escreveram a mensagem: "Ficamos muito felizes porque vocês vieram em nossa escola conhecer a sacolinha mágica da leitura. Obrigada por estarem aqui! Com carinho...." (Selma Viana)




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