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Movidos pela arte de fazer o bem

Moradores da região que fazem trabalhos voluntários destacam os benefícios que a ajuda ao próximo traz

Por Natália Fernandes
Do Diário do Grande ABC
05/12/2018 | 07:00
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Divulgação


A tarefa de dedicar parte do tempo a atividades que beneficiem o outro tem atraído cada vez mais adeptos no País. Levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2017 – o mais recente – mostra que pelo menos 7,4 milhões de pessoas realizaram trabalho voluntário no Brasil, o equivalente a 4,4% da população de 14 anos ou mais de idade, número que corresponde a aumento de 12,9% em comparação a 2016. O que a pesquisa não expõe é o impacto destas ações na vida, tanto de quem dá quanto daqueles que recebem alguma ajuda.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), caracterizam-se como voluntariado atividades resultantes de espírito cívico para dedicar parte de sua vida, sem remuneração, atividades de bem-estar social ou que beneficiem outros campos. Para que a corrente do bem ganhe força e cada vez mais adeptos, o dia 5 de dezembro passou a ser o Dia Internacional do Voluntário, em 1985.

Desde o ano passado, o governo federal também aderiu à prática das boas ações e criou o Programa Nacional de Voluntariado – Viva Voluntário. No endereço eletrônico https://vivavoluntario.org/pt-BR/blog é possível conhecer o programa e se inscrever em projetos em andamento.

No Grande ABC, não é difícil se deparar com moradores que encontram felicidade na tarefa de ajudar o outro. Exemplo é o profissional de TI (Tecnologia da Informação) Lucas Tilhaqui, 24 anos, que há quase um mês realiza trabalho voluntário com crianças do Quênia, na África. O andreense, morador do Parque Oratório, trocou mochilão pela Europa após o fim de período de intercâmbio em Dublin, na Irlanda, em novembro, pela triste realidade da população africana. “Senti que era a hora de uma mudança. Conversei com Deus e decidi usar os 700 euros que tinha para a viagem em um trabalho social. Quero tentar ajudar essas pessoas a terem uma vida melhor.”

Ao se deparar com a pobreza e a fome, Tilhaqui criou projeto em que oferece aulas de futebol, espanhol e português a 50 crianças três vezes por semana. Para manter os custos com alimentação, material esportivo e transporte (US$ 125 por semana – R$ 480), ele conta com a ajuda de amigos do Brasil. “O que mais gosto é, quando chego no campo de futebol, ver o sorriso das crianças. Ter chuteita, shorts, camisa, ter água para elas beberem, porque elas não tinham nada disso”, observa.

Viver realidade completamente diferente da sua tem contribuído não só para a evolução das crianças, garante Tilhaqui. “Esse trabalho mudou a minha vida, principalmente na forma de ser mais grato e reclamar menos. Aqui aprendi a dar valor a tudo”, destaca o andreense, cuja meta, além de garantir alimentação aos pequenos africanos, é ajudá-los a ter futuro diferente da maior parte da população do Quênia. “Essas crianças não têm perspectiva de futuro. Pelo menos 60% dos moradores estão desempregados. Quero ajudá-las a passar no exame do High School, porque sem isso elas não terão salário digno e estarão sujeitas a ir para as ruas, usar drogas.”

Ele argumenta que ajudas são “sempre bem-vindas”. Interessados podem obter mais informações no endereço https://www.facebook.com/LucasNaAfrica. 




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