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Clima eleitoral prevalece na plenária do PT em São Bernardo
Teresa Pimenta
Do Diário do Grande ABC
11/12/2005 | 08:02
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O clima eleitoral dominou a plenária de prestação de contas do vereador de São Bernardo Tião Mateus (PT), sábado de manhã, no diretório municipal do partido. Em meio a palavras de otimismo em relação à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à conquista do governo do Estado e à eleição de bancadas fortes de deputados federais e estaduais, a crise do mensalão foi praticamente "enterrada" pela maioria dos participantes. "Essa crise já deu o que tinha de dar. É laranja que não tem mais caldo", disse o deputado federal João Paulo Cunha, um dos 12 parlamentares que enfrentam processo de cassação por terem recebido dinheiro do valerioduto.

Estiveram presentes também a ex-prefeita e pré-candidata ao governo do Estado, Marta Suplicy, o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, a deputada estadual Ana do Carmo, além de representantes do deputado estadual Vanderlei Siraque e do senador Aloizio Mercadante, que disputa com Marta a vaga de candidato a governador em 2006. "Nosso partido errou, pediu desculpas, agora, precisamos parar de ajoelhar no milho", afirmou a ex-prefeita.

Ao enfrentar a novidade de ter de admitir erros que desencadearam a maior crise já vivida pelo partido, os petistas também não conseguiram esconder as diferenças no modo de se posicionar em relação às eleições do ano que vem. Enquanto Marta defendeu a definição dos nomes que vão para a prévia – ela e Mercadante –, João Paulo considera melhor aguardar até fevereiro, pelo menos.

"O importante nesse primeiro momento não são os nomes, mas mapear o terreno, conhecer a realidade de cada região e depois ver quem tem o melhor perfil", disse o deputado. Mais que um ponto de vista, a opinião de João Paulo pode ser uma estratégia. Afinal, ele era um dos cotados para disputar a sucessão paulista, antes de ser envolvido no escândalo do mensalão. Quanto mais a definição de nomes for jogada para o futuro, maior a chance de que seu nome, caso seja inocentado, volte a entrar na disputa.

Questionado sobre essa possibilidade, João Paulo foi evasivo. "É claro que agora não posso pensar no assunto. Confio que não serei cassado, mas só posso avaliar a possibilidade de candidatura quando o processo terminar", argumentou. Segundo o deputado, o PT não cometeu erros éticos, mas políticos. "As decisões políticas que levaram à eleição do presidente Lula geraram erros, que não podem ser considerados falta de ética", analisou.

A disputa interna pelo direito de concorrer à sucessão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) também assusta o deputado Greenhalgh. "Não quero que a prévia vire uma guerra e divida o PT", disse. Para ele, o ideal é que os pré-candidatos façam campanha, mas na hora da decisão, renunciem em favor de um nome de consenso. O dono da festa, Tião Mateus, defende a deflagração da campanha já. "Esse clima de disputa saudável sempre existiu no PT e é uma de suas grandes forças", disse. O vereador confia na recuperação do partido. "As realizações do governo Lula vão superar as acusações que fizeram contra nosso partido."




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