Diante da lentidão do poder público para prestar assistência às vítimas das enchentes, moradores do Jardim Zaíra se mobilizam para ajudar quem perdeu tudo nos alagamentos. Entre os itens arrecadados pela comunidade estão colchões, cestas básicas e até móveis.

"Um empresário aqui da região juntou cinco caminhões. Ele estava arrecadando produtos para levar para o Rio de Janeiro. Mas após essas enchentes, ele decidiu distribuir as doações por aqui mesmo", conta o comerciante Agnaldo Ezidoro, 40 anos.

Ele mostra falta de confiança na administração municipal para prestar solidariedade às famílias. "A gente optou por não levar nada para a Prefeitura distribuir. É tanta desorganização que não saberíamos para onde iriam as doações", revela. Segundo Ezidoro, até refrigeradores foram distribuídos para quem perdeu o equipamento na inundação.

"Aqui, pelo menos, a gente sabe para onde vai. É muito fraca a parte de assistência social da Prefeitura", acrescenta a educadora Monalisa da Silva Mares, 30.

Segundo os moradores, até o momento já foram distribuídas quase 100 cestas básicas para os moradores das áreas mais afetadas do Jardim Zaíra. "Se a gente não se mexesse, nada disso estaria sendo feito", salienta Monalisa. 

SUJEIRA
Dois dias após o temporal, as ruas do Zaíra permaneciam repletas de barro. Em várias esquinas ainda havia montes com móveis danificados pela enchente.

Moradores de casas cujo abastecimento de água já havia sido normalizado se esforçavam para limpar as calçadas.

No Centro, apesar de as vias estarem mais limpas, ainda havia árvores pelo chão, uma, inclusive, na Avenida João Ramalho, em frente à Prefeitura.