Após 14 anos da explosão que matou operário,
empresas rés iniciam descontaminação do local
Passados 14 anos da explosão ocorrida em bomba da caixa-d’água do Condomínio Residencial Barão de Mauá, que culminou na morte de um operário e outro ferido, teve início a primeira etapa do processo de descontaminação da área. De acordo com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), o local concentra 44 substâncias tóxicas que contaminam o solo, sendo uma delas o gás metano, causador de graves danos à saúde e que também amplia os riscos de explosões.
O preparo para a remediação foi iniciado no dia 29 de outubro com a instalação de canteiro de obras em área externa ao condomínio. No entanto, a primeira etapa do processo de execução do plano de recuperação ambiental apresentado pelas três rés no caso – Cofap, Administradora e Construtora Soma, SQG Empreendimentos e Construções e Paulicoop – começou após término do segundo prazo estipulado pelo MP (Ministério Público), expirado na primeira semana de outubro. O MP estipulou multa de R$ 45 mil por dia em caso de descumprimento da medida.
Outra ação já realizada pelas rés foi a entrega de cartilha aos moradores com explicações sobre o processo. O documento, com 14 páginas, destaca as etapas previstas no plano de recuperação ambiental, mas não detalha prazos para a remoção temporária das 44 famílias que residem em apartamentos térreos de 11 blocos das etapas 2, 4 e 6, finalização da construção de dois prédios da etapa 9 e conclusão dos trabalhos.
Moradores do condomínio seguem insatisfeitos com as medidas. Para um dos mais antigos, Lindomar Alvins, a remediação é uma saída mais barata para o problema. “Ao invés de pagar indenização para as famílias, eles vão apostar em algo que pode não dar certo. Quanto tempo mais vamos ter de esperar para saber se o processo funcionou e para ter a documentação do nosso imóvel? Estamos com nossas vidas paradas há 14 anos”, destaca.
Outro receio dos condôminos é sobre os possíveis riscos durante os trabalhos de remediação. “Quem garante que não é perigoso para os moradores esse processo, que não pode ocorrer um novo acidente?”, questiona Alvins.
Procedimento será realizado em duas etapas
De acordo com a cartilha encaminhada aos moradores do Condomínio Residencial Barão de Mauá, o plano de recuperação da área será executado em duas etapas. A primeira fase será dedicada a ações de descontaminação, finalização e construção de dois prédios da etapa 9. Já a segunda consistirá na realocação temporária de alguns moradores em paralelo com o processo de descontaminação e de informação aos habitantes.
Prevista para durar 18 meses, sendo os quatro primeiros para preparação dos trabalhos, a primeira etapa do projeto prevê ampliação do sistema de extração de gases, tratamento das águas subterrâneas, remoção de resíduos e monitoramento ambiental.
Já a segunda fase do processo inclui a finalização da remoção e do tratamento dos resíduos, continuação da extração de gás metano do subsolo e análises nos apartamentos térreos dos 11 blocos das etapas 2, 4 e 6.
Apesar de informar que a realocação temporária dos moradores ocorrerá após o fim da construção dos dois prédios da etapa 9 e de forma planejada, não há prazos.
A cartilha ressalta ainda que as famílias não terão despesas com as mudanças e que os apartamentos serão devolvidos em perfeitas condições de uso.
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