Setecidades Titulo Meio ambiente
Começa remediação do Barão de Mauá

Após 14 anos da explosão que matou operário,
empresas rés iniciam descontaminação do local

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
14/11/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Passados 14 anos da explosão ocorrida em bomba da caixa-d’água do Condomínio Residencial Barão de Mauá, que culminou na morte de um operário e outro ferido, teve início a primeira etapa do processo de descontaminação da área. De acordo com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), o local concentra 44 substâncias tóxicas que contaminam o solo, sendo uma delas o gás metano, causador de graves danos à saúde e que também amplia os riscos de explosões.

O preparo para a remediação foi iniciado no dia 29 de outubro com a instalação de canteiro de obras em área externa ao condomínio. No entanto, a primeira etapa do processo de execução do plano de recuperação ambiental apresentado pelas três rés no caso – Cofap, Administradora e Construtora Soma, SQG Empreendimentos e Construções e Paulicoop – começou após término do segundo prazo estipulado pelo MP (Ministério Público), expirado na primeira semana de outubro. O MP estipulou multa de R$ 45 mil por dia em caso de descumprimento da medida.

Outra ação já realizada pelas rés foi a entrega de cartilha aos moradores com explicações sobre o processo. O documento, com 14 páginas, destaca as etapas previstas no plano de recuperação ambiental, mas não detalha prazos para a remoção temporária das 44 famílias que residem em apartamentos térreos de 11 blocos das etapas 2, 4 e 6, finalização da construção de dois prédios da etapa 9 e conclusão dos trabalhos.

Moradores do condomínio seguem insatisfeitos com as medidas. Para um dos mais antigos, Lindomar Alvins, a remediação é uma saída mais barata para o problema. “Ao invés de pagar indenização para as famílias, eles vão apostar em algo que pode não dar certo. Quanto tempo mais vamos ter de esperar para saber se o processo funcionou e para ter a documentação do nosso imóvel? Estamos com nossas vidas paradas há 14 anos”, destaca.

Outro receio dos condôminos é sobre os possíveis riscos durante os trabalhos de remediação. “Quem garante que não é perigoso para os moradores esse processo, que não pode ocorrer um novo acidente?”, questiona Alvins.

Procedimento será realizado em duas etapas

De acordo com a cartilha encaminhada aos moradores do Condomínio Residencial Barão de Mauá, o plano de recuperação da área será executado em duas etapas. A primeira fase será dedicada a ações de descontaminação, finalização e construção de dois prédios da etapa 9. Já a segunda consistirá na realocação temporária de alguns moradores em paralelo com o processo de descontaminação e de informação aos habitantes.

Prevista para durar 18 meses, sendo os quatro primeiros para preparação dos trabalhos, a primeira etapa do projeto prevê ampliação do sistema de extração de gases, tratamento das águas subterrâneas, remoção de resíduos e monitoramento ambiental.

Já a segunda fase do processo inclui a finalização da remoção e do tratamento dos resíduos, continuação da extração de gás metano do subsolo e análises nos apartamentos térreos dos 11 blocos das etapas 2, 4 e 6.

Apesar de informar que a realocação temporária dos moradores ocorrerá após o fim da construção dos dois prédios da etapa 9 e de forma planejada, não há prazos.

A cartilha ressalta ainda que as famílias não terão despesas com as mudanças e que os apartamentos serão devolvidos em perfeitas condições de uso. 




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