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Trajetória de um batera do metal
Por Luciane Mediato
Especial para o Diário
27/01/2011 | 07:00
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Nascer na África do Sul, crescer em Foz do Iguaçu, ter como inspiração bandas como Iron Maiden e Ultraje a Rigor, além do pai amigo de Adoniran Barbosa, são ingredientes que fizeram Aquiles Priester ser eleito pela revista japonesa Burrn um dos dez melhores bateristas do mundo em 2004. Atualmente, ele é um dos maiores nomes do heavy metal brasileiro.

Neste ano, o músico concorre nas categorias de melhor baterista prog e melhor vídeo institucional na premiação promovida pela revista Modern Drummer, a maior publicação mundial sobre bateria.

Mas está enganado quem acha que chegar a este patamar que muitos músicos almejam é fácil. O livro biográfico "De Fã a Ídolo" (Editora Andarco, R$ 35, 162 páginas), que conta a história de Priester, mostra que o caminho até a fama foi árduo. "Precisei de muita perseverança. Desde 1986 queria ganhar a vida com a música, mas isso só foi possível a partir de 2000. Acho que minha história é semelhante a de todos os músicos que vêm de origem pobre", diz Priester.

O ex-baterista do Angra e atual integrante do grupo Hangar, do qual também é fundador, passou por mais de 30 formações de bandas. "É preciso que haja sintonia e envolvimento de todos os integrantes. Sempre enxerguei a música como profissão. O grande problema era esse: eu queria ser profissional, ensaiar de verdade, e os outros queriam diversão."

Apesar do desejo de viver da música o sonho demorou para se realizar. "Muitas vezes cheguei a desistir e me afastei das bandas. Fui estudar, ter outros trabalhos que não eram ligados à música. Apenas com a formação do Hangar que eu deixei o emprego para me dedicar exclusivamente à batera. Mas mesmo hoje ainda é necessário fazer workshops, dar aula e cursos para que o dinheiro seja o suficiente", ressalta.

Entre o apanhado de histórias e experiências relatadas no livro, a que chama mais atenção é o encontro entre Priester e o baterista do Iron Maiden, Nicko MacBrain. "Foi como se eu visse um filme na minha cabeça. Me lembrava de 1986, quando aquele conjunto era minha inspiração. Ficava olhando os posters deles colados na parede do meu quarto e 20 anos depois estava dividindo o palco com o Nicko MacBrain em um festival de heavy metal em Londres", lembra o baterista. "Foi o fechamento de um ciclo e a confirmação do meu sucesso depois de muitas desilusões."

O livro foi escrito com base em mais de 20 horas de entrevistas concedidas pelo músico ao jornalista Antonio Carlos Monteiro. Com as transcrições em mãos, a escritora Circe Brasil se encarregou de dar forma final ao material, que ainda conta com fotos do arquivo pessoal do homenageado.




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