De olho na eleição majoritária, 14 parlamentares da região, entre deputados estaduais e vereadores, estão conciliando as atividades legislativas com a agenda de campanha sem se licenciarem do cargo.

Apesar da disposição em manter essa situação, com o avanço da disputa eleitoral a tendência é que os deputados, que ganham R$ 23 mil mensais, e os vereadores, que no Grande ABC recebem entre R$ 3.700 (Rio Grande da Serra) a R$ 9.288 (São Bernardo e Santo André), deixem o mandato por um pequeno período perto na votação, marcada para 7 de outubro.

Ficar na cadeira enquanto divulga candidatura não é ilegal, pois está previsto em lei. Mas parte da estrutura do mandato é utilizada corriqueiramente para fins eleitorais, ainda que sem intenção.

Da Assembleia Legislativa saíram quatro candidatos a prefeito: Alex Manente (PPS-São Bernardo), Carlos Grana (PT-Santo André), Donisete Braga (PT) e Vanessa Damo (PMDB), ambos de Mauá.

Alex a Vanessa são os líderes das bancadas de seus partidos, fato que exige uma presença maior no Parlamento. Nem por isso eles falam em se licenciar agora. "Se houver necessidade disso, será apenas no último mês de campanha", diz a peemedebista.

O popular-socialista alega um pedido do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para se manter no mandato e no colégio de líderes. "Até o fim do mês continuo no mandato, depois vamos ver como estará o ritmo da campanha. Como o nosso concorrente (o prefeito petista Luiz Marinho) não se licenciou, vamos continuar (conciliando)."

Dentre os vereadores da região, Mauá é a cidade com mais parlamentares de olho no Paço: Atila Jacomussi (PPS), Edimar da Reciclagem (PSDB) e Irmão Ozelito (PTB). Em São Caetano, o petista Edgar Nóbrega e o peemedebista Paulo Pinheiro querem trocar a Casa de Leis pelo Palácio da Cerâmica. "Já me licenciei das faculdades onde leciono (é professor de Economia) e, a princípio, não vejo necessidade de me afastar da Câmara", justifica Edgar.

Em Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB) disputa a Prefeitura pela primeira vez. Já o presidente da Câmara, Gerson Constantino (PSD), é vice na chapa da prefeiturável petista Maria Inês Soares. "Não vejo dificuldade para conciliar as atividades na Câmara com a campanha, não vai haver interferência", sustenta Gerson.

Lauro Michels (PV) deseja acabar com a hegemonia petista no Paço de Diadema, enquanto Claudinho da Geladeira (PT) quer desbancar os tucanos do comando de Rio Grande.

O vereador tucano Admir Ferro é candidato a vice-prefeito de São Bernardo na chapa de Alex Manente.