Suspeita de cartel em concorrência federal, Giro
triunfa em pregão para fornecer mochilas na cidade
Após oficializar a contratação da Capricórnio S/A para fornecimento de material escolar a alunos dos ensinos Infantil e Fundamental, mesmo investigada por fraude pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a Prefeitura de São Bernardo, chefiada por Luiz Marinho (PT), declarou como vencedora de licitação para compra de mochilas escolares outra empresa sob suspeita de formação de cartel.
A Giro Indústria e Comércio Ltda, com sede no Paraná, apresentou menor proposta no lote um para abastecimento do produto à rede pública, com valor de R$ 4,5 milhões por 12 meses. Ela é protagonista de ação da Justiça Federal, que paralisou licitação do governo de Dilma Rousseff em novembro de 2011 para apurar conluio no pregão para adquirir 1 milhão de kits com trocador de fraldas e bolsa para carregar utensílios de bebês para atender ao projeto Rede Cegonha.
No edital da União, a Giro é suspeita de combinar preços com a Cequipel Indústria de Móveis Paraná Ltda. Apesar de ser especializada em fabricação e venda de móveis, a Cequipel apresentou atestado assinado por representante da Giro de que também trabalhava no ramo de bolsas e mochilas escolares.
Ambas concorriam na mesma licitação, o que gerou dúvidas da Justiça Federal. Além desse fato, o documento foi rubricado pela Giro no mesmo dia em que o edital do certame foi lançado, já que havia exigência de comprovação de fornecimento anterior de material semelhante ao licitado.
A licitação em São Bernardo está em fase de recursos das concorrentes, prazo que se encerra nesta semana. Se receber aval do governo Marinho, ficará responsável por fornecer mochilas e pastas a 95 mil alunos da rede, segundo estimativa da administração petista. Além dessa empresa, a BNP Comercial Ltda terá de atender à demanda, pois venceu o segundo lote, avaliado em R$ 608,9 mil.
Por nota, a gestão Marinho apenas informou que o contrato ainda não foi assinado com a Giro Indústria e Comércio Ltda. Não respondeu, por exemplo, se a terceirizada disponibilizou documentação atestando estar apta a concorrer ao edital. Procurada, a Giro não retornou aos contatos da equipe do Diário.
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