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Reduzir desperdício é vital contra crise hídrica, diz Skaf

Candidato do MDB cita que obras são importantes, mas insuficientes para manter sistema saudável

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
03/10/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Candidato do MDB ao governo paulista, o presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, avalia que o combate à crise hídrica depende, principalmente, da redução de desperdício, até porque as obras bancadas pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB) “foram importantes, mas insuficientes”.

“São Paulo não pode ficar à mercê das crises hídricas. Minha prioridade para a garantia do abastecimento é o combate às perdas que ocorrem na rede. Anualmente, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) perde mais de 30% do volume de toda a água captada. Isso representou, apenas em 2017, o desperdício de 850 bilhões de litros de água. Isso é quase como esvaziar o sistema Cantareira inteiro”, declarou Skaf ao Diário, apontando que, se eleito, o investimento será na “manutenção e renovação da rede, no uso de tecnologia e no combate às ligações irregulares”.

Em 2014, o Estado passou por momento crítico no que diz respeito ao volume de água acumulado nos reservatórios. O sistema Cantareira, que abastece a maior parte da Região Metropolitana, operou no chamado volume morto, uma reserva técnica instalada abaixo da estrutura. Neste ano, a crise hídrica voltou a assustar, em escala menor, até porque o Cantareira trabalha com 34% de sua capacidade e está há dois meses em estado de alerta.

“As obras feitas pelo governo para o combate à crise hídrica foram importantes, mas insuficientes. Após três anos, o sistema Cantareira encontra-se novamente em estado de alerta e a população, preocupada com o abastecimento de água. São Paulo precisa de um planejamento de longo prazo e não de soluções emergenciais. O direcionamento de investimentos para as obras da crise hídrica acabou prejudicando investimentos em outras áreas importantes, como a de redução de perdas e de tratamento de esgoto. Um planejamento adequado equilibra investimentos nas mais diferentes áreas e conclui essas ações.”

O emedebista avalia que, a despeito do estado de alerta, o abastecimento de 2018 está “garantido”, mas que, para o próximo ano, será necessário acompanhar o volume de chuvas entre novembro e abril. “As obras de interligação aumentaram a segurança hídrica, mas, como afirmei, São Paulo não pode ficar a mercê das crises hídricas. Para isso é fundamental investir em redução de perdas, novos sistemas de abastecimento, além de fazer campanhas constantes de uso racional, e não apenas nos períodos de crise.”

RIOS PINHEIROS E TIETÊ - Indagado sobre a possibilidade de despoluição dos dois principais rios que cortam a Capital – o Pinheiros e o Tietê –, Skaf opinou que esse processo depende de série de atividades que precisam ser integradas, sendo a principal delas investir em coleta e tratamento de esgoto. “Esgoto tratado, além de cooperar com a recuperação de rios e lagos, aumenta a oferta de água de reúso. Enquanto não se universalizar o tratamento de esgoto da Sabesp e das outras concessionárias de saneamento, o Tietê seguirá poluído.” 




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