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Promessa do governo não sai do papel e SP-122 continua perigosa
Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
27/05/2007 | 07:05
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Falta de sinalização, acostamento sem condições de uso, buracos e acidentes. A situação precária da SP-122 – que liga Ribeirão Pires a Paranapiacaba – está longe de ser resolvida. Isso porque, mesmo com promessa feita em 2005 pelo então secretário estadual de Transportes, Dario Rais Lopes, de financiar o recapeamento da rodovia, continua sem previsão de quando essa verba estará disponível.

Enquanto o problema não é solucionado, são os usuários que sofrem com a má conservação da via. No último dia 15, três pessoas morreram e 20 ficaram feridas após o choque entre três ônibus, na altura do km 49. A neblina e a falta de luminosidade contribuíram para o acidente.

Para tentar amenizar essa realidade, em fevereiro de 2005 o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC entregou um projeto de recuperação da via a Rais Lopes. O relatório da entidade apontava a precariedade da rodovia: sem acostamentos, sinalização apagada e a ausência dos dispositivos de segurança.

No mês seguinte, o secretário respondeu em ofício que reconhecia a necessidade de recapeamento, mas que a sinalização estava satisfatória. Em visita às obras da Rodovia Índio Tibiriçá, também na região, Lopes ouviu dos prefeitos do Consórcio apelo para que recapeasse a SP-122.

O secretário argumentou na ocasião que a concretização da promessa só dependia da liberação do financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) de R$ 14,8 bilhões, no qual estava inserido tal projeto. Como até o início deste ano não obteve resposta, o presidente do Consórcio, Adler Kiko Teixeira, voltou a entregar o mesmo relatório ao governo, desta vez ao atual secretário, Mauro Arce.

Mauro Arce foi procurado por cinco dias pela reportagem do Diário, mas não retornou as ligações. A secretaria informou apenas que o DER (Departamento de Estradas e Rodagens) está estudando alternativas para a rodovia, como a inclusão da proposta do Consórcio no programa de obras e ações do governo do Estado.

Antiga - A reivindicação de melhorias para a SP-122 é antiga. Em 1985, moradores locais já faziam protestos pedindo recapeamento da via. À época, os motoristas eram obrigados a trafegar a menos de 40 km/h e, quando chovia, era impossível a utilização, problema que perdura até hoje.

Quatro anos depois houve deslizamento de terra e foram necessárias 50 viagens de caminhões para limpar a pista na altura do Km 44 da rodovia, por onde trafegavam em média cinco mil veículos diariamente.

Segundo levantamento do DER, em 2006 ocorreram 63 acidentes na SP-122, com 82 vítimas (68 leves, 14 graves e nenhuma fatal). O número subiu em relação a 2004 – um ano antes da promessa do secretário – quando foram registrados 46 acidentes.



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