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Roncatto é esperança do Santo André para a disputa do Paulista
Por Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
07/01/2006 | 08:21
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O centroavante Roncatto, ex-Guarani, apresentado sem estardalhaço pelo Santo André, às 13h40 de ontem, no Jaçatuba, é o novo reforço do clube. Logo na chegada, o atacante mostrou que não é ágil só nas divididas, mas, como todo bom demolidor, não é de mandar recados indiretos. Depois de atuar durante 13 anos no Brinco de Ouro – desde as categorias de base – a fera de língua afiada promete vingança contra quem o revelou para o futebol. Os torcedores poderão conferir a guerrinha no duelo entre os dois times, pelo Estadual, na segunda quinzena de março, no terreiro do atual inimigo. Roncatto ainda não se desligou das recentes mágoas que agora o levaram a desabafar. Ele jura que se rende à instituição Guarani e tem respeito pelos torcedores, mas nunca se curvaria aos dirigentes.

A mais recente esperança do Santo André se refere ao possível boicote daqueles que, segundo ele, deveriam cuidar do passaporte comunitário do atleta na temporada 2003/2004 (já se impunha como vice-artilheiro do Mundial Sub-17 na Finlândia e como goleador do Brasil Sub-20 no Sul-Americano da Bolívia). O documento permitiria que o garoto ficasse no Arsenal (chegou a treinar em Londres). Logo, surgiu outra chance para defender o PSG da França, mas as complicações burocráticas o prejudicaram de novo. Também viriam propostas da Juventus (Itália) e da Acadêmica de Coimbra (Portugal). “Descobri que atrapalharam minha carreira”, acusa Roncatto, que sabe como reencontrar o Guarani. “Vou dar tudo de mim como se fosse uma final de Copa do Mundo”, avisa, desafiador.

Evandro Roncatto, 19 anos, mede 1,84m e não teme a cara feia dos rivais, mas ontem pararia, indefeso, no pesado trânsito na Avenida dos Estados – na rota entre São Paulo e Santo André. Na altura dos Sam’s Club, errou o rumo e virou do lado contrário ao do Jaçatuba. De repente, estava nos confins. Mais tarde, ao justificar o atraso, atribuiu a gafe do improvisado motorista Pedrão – o inseparável amigo Pedro Leonardo Filho, que o trouxe de Campinas. “Ele só consegue marcar (gols) se eu estiver nas arquibancadas para incentivá-lo”, conta Pedrão, num gesto de cumplicidade.

O pai José Carlos Roncatto e o agente Nenenzinho – do escritório de Juan Figger – demoraram uns 30 minutos para concluir os detalhes do contrato. Às 14h30, o presidente Jairo Livolis e o diretor Sérgio do Prado comunicaram que Roncatto poderia, enfim, vestir a camisa oficial do Santo André para as habituais fotos dos futuros ídolos da Tuda, da Fúria, da Ramalhão Chopp e dos Ramalhonautas, que reacendem a confiança real ou virtual no renovado grupo do técnico Roberto Cavalo. Aqui, Roncatto – fã de Edmundo, Rodrigão e Dedimar – pretende reprisar as melhores imagens das bolas chutadas furiosamente nas redes adversárias. “Meu estilo é tocar nas redes e depois ver o que aconteceu nas manchetes”, brinca, feliz da vida.




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