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CEF: empresas estrangeiras devem investir em saneamento
Por Do Diário do Grande ABC
04/10/1999 | 17:07
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O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Emílio Carazzai, informou nesta segunda-feira que 13 empresas estrangeiras estao interessadas em investir no saneamento público no Brasil. Estes investimentos dependem ainda de definiçoes legais, além da privatizaçao das companhias de saneamento, explicou Carazzai, no 23º Congresso Mundial para Financiamento Habitacional, no Hotel Sheraton, em Sao Conrado, na zona sul do Rio.

De acordo com Carazzai, o interesse das empresas estrangeiras depende, para ser confirmado, da elaboraçao das leis que vao regular a sua atividade e da formaçao da Agência Nacional de Aguas, e da definiçao legal sobre qual circunscriçao administrativa tem o poder de conceder licença para operaçao no setor: o Estado ou o município. O presidente da CEF evitou posicionar-se sobre a segunda questao, mas admitiu ser pessoalmente contra a "fragmentaçao" do serviço de saneamento, com cada município autorizando a operaçao de uma companhia de saneamento diferente.

De acordo com Carazzai, a Caixa Econômica dispoe de R$ 1,2 bilhao de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para investimentos em saneamento, que estao "contingenciados" por falta de empresas aptas para captar o dinheiro. Ele calcula que a CEF teria como dispor de mais R$ 1 bilhao para o setor. "Nao seria difícil para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) arranjar mais R$ 2 bilhoes", acrescentou o presidente da Caixa.

Habitaçao - Durante o congresso, Carrazai confirmou que a Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano (Sedu) enviou para a CEF R$ 450 milhoes de recursos do FGTS para aplicaçao em investimentos em habitaçao. O presidente esclareceu que como os recursos já estavam com a Sedu, nao foi preciso nem aprovaçao do Conselho Curador do Fundo para o envio do dinheiro.

O presidente da Companhia Brasileira de Securitizaçao (Cibrasen), Anésio Abdalla, anunciou hoje a realizaçao de operaçao de emissao de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), no valor de R$ 100 milhoes. Os títulos sao baseados em dívidas de financiamento para a construçao de imóveis.

Os CRIs vao ser baseados em promissórias da CEF, lastreados em 1.286 imóveis, a maior parte deles residenciais, afirmou Abdalla. Ele informou que os certificados serao comprados pelo Banco Itaú. É a terceira operaçao realizada pela Cibrasen, companhia criada para emitir estes títulos, uma nova forma de incentivar o mercado imobiliário.

As outras duas operaçoes foram no valor de R$ 25 milhoes. A intermediaçao da companhia diminui o risco destas operaçoes, explicou Carazzai. No lançamento para o banco Itaú, as CRIs vao receber também um seguro de crédito, a ser feito pela Sasse, a seguradora da CEF, como forma de diminuir este risco.




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