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Cresce o número de idosos que abrem seu próprio negócio no País
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
22/10/2014 | 07:00
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 Abrir negócio próprio tem sido o caminho escolhido por parcela da população idosa no Brasil para complementar a renda familiar. O total de pessoas dessa faixa etária que resolvem empreender tem crescido: no levantamento anual, publicado em 2013, eram 8,3% e agora já são 8,8%, aponta a última pesquisa elaborada pelo Sebrae em parceria com o IBQP (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade).

 O estudo mostra que, do total de empreendedores que abriram empresa nos últimos três anos, 7% deles têm mais de 55 anos. Esse percentual ainda é pequeno se comparado ao número de novas atividades encabeçadas por quem tem entre 25 a 34 anos (33,1%) e por empresários com 35 a 44 anos (25,8%). 

 Porém, outra constatação do estudo: os idosos fazem suas escolhas mais pautados em aproveitar o que o mercado oferece. A pesquisa aponta que 74% dos empreendedores com mais de 55 anos abrem negócio por oportunidade e não apenas por necessidade. O percentagem é superior à média geral das demais empresas, que é de 71%. 

 Segundo o presidente do Sebrae nacional, Luiz Barreto, a motivação faz do novo negócio um empreendimento mais qualificado, com gestão mais organizada e competitiva e, por isso, com mais chances de sobrevivência. Ele também destaca que uma das vantagens de se empreender a partir da aposentadoria está na possibilidade de o empresário poder se dedicar a atividade que ele realmente goste. 

 Foi o caso de Liozino Cardoso, morador do bairro Vila Luzita, em Santo André. Metalúrgico aposentado em 1995, ele, hoje com 74 anos, passou a trabalhar nos anos seguintes como corretor de imóveis, para complementar sua renda e da família e, há seis anos, abriu sua imobiliária, com a experiência adquirida nesse período. “Fui guardando (dinheiro) e montei”, assinala. 

 Porém, Cardoso cita que continuar em atividade também foi uma necessidade, já que, se dependesse só da aposentadoria, o padrão de vida teria caído. Quando ele se aposentou, recebia o correspondente a oito salários mínimos, hoje são só quatro. 

 O achatamento do rendimento, gerado por correções menores que as observadas no valor do mínimo, são uma realidade que leva muita gente de volta ao mercado de trabalho, observa o diretor de políticas sociais da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Luís Antônio Rodrigues. 

 Ele acrescenta que há aposentados que não entram nas estatísticas de empreendedorismo, já que abrem negócios na informalidade, como bico, para complementar a renda. Parte deles, por receber o benefício por invalidez, não quer se formalizar, para não perder o recurso pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Se constatado pela Previdência Social que estes voltaram à atividade profissional, perdem o benefício. “Às vezes, fazem isso porque passam por necessidades básicas, não conseguem pagar por seus remédios ou o convênio médico e vão vender alguma coisa para completar a renda”, cita o diretor da associação. 




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