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Região pode ter setor de busca de órgãos

De acordo com levantamento feito pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo, em março deste ano havia 770 pessoas na fila por um transplante

Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
12/05/2008 | 07:01
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O Grande ABC pode ganhar sua própria OPO (Organização de Procura de Órgãos). Pelo menos, este é o projeto de um grupo de voluntários que recolhe nomes para um abaixo-assinado que visa agilizar a captação de transplante de órgãos na região, com o apoio da direção do Hospital Estadual Mário Covas.

De acordo com levantamento feito pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo, em março deste ano havia 770 pessoas na fila por um transplante na região. A maior procura é por um rim. A fila era de 527 pessoas. Na média, os inscritos esperam dois anos e meio pelo procedimento.

Atualmente, os sete municípios estão ligados a duas OPOs da Capital, que enviam equipe aos hospitais quando um potencial doador é notificado. Segundo a voluntária Wilma Maria de Moraes, 50 anos. O trabalho seria facilitado se a região contasse com uma equipe de procura permanente.

"Este projeto é antigo. Já fui recebida até pelo o ex-governador Geraldo Alckmin para tratar sobre o tema. A criação da OPO para o ABC depende de um acordo entre os governos do Estado e o município de Santo André. A idéia seria montar a organização na cidade por causa do Hospital Mário Covas e da Faculdade de Medicina do ABC", explica.

O interesse é dividido pela equipe do hospital, que afirma ter intenção de contar com uma OPO própria. Segundo o diretor-clínico, Vanderley da Silva Paula, até o final do ano a Secretaria da Saúde deve se manifestar a respeito.

"O governo tem a intenção de ampliar as equipes de captação de órgãos e a nossa região é bastante estratégica. Estamos finalizando um estudo de custos bastante complexo. A secretaria nos solicitou um projeto e posso dizer que não estamos longe de conseguir uma aprovação", afirma.

O centro-cirúrgico do Mário Covas já está capacitado, inclusive para procedimentos entre vivos, com salas interligadas para transplantes de rim, por exemplo. A equipe de profissionais, que trabalha em parceria com a Faculdade de Medicina do ABC, também já tem capacitação para o trabalho. Só falta o aval do Estado.

Secretaria de Saúde mostra interesse, mas não fornece prazo
A Secretaria de Estado da Saúde informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o governo tem interesse em ampliar o número de OPOs (Organizações de Procura de Órgãos) no Estado. O projeto, porém, não tem um cronograma estabelecido nem lista de regiões ou cidades a serem contempladas. Os projetos encaminhados à secretaria serão analisados e discutidos.

De acordo com o governo, para que uma OPO seja estabelecida, uma equipe de profissionais deve estar capacitada para fazer os exames complementares e conscientizar a família sobre a importância da doação. Esta equipe deve estar sediada em um hospital.

"Até os exames complementares que confirmam a morte encefálica já são conhecidos pelo nosso pessoal. As OPOs fazem esse trabalho. Se tivermos a nossa, poderemos agilizar o processo de captação de órgãos", diz Vanderley Paula.

O único impedimento já está sendo resolvido. A direção do hospital espera adequar o heliponto, já construído, dentro de seis meses. "A OPO ABC não significa dar prioridade a pacientes da região. Existe uma fila, que é cumprida. O sistema possibilitaria um tempo de espera, talvez menor."

O Hospital Mário Covas também tem interesse em conseguir autorização estadual para a realização de transplante de córneas e rins. Atualmente, a maioria dos pacientes da região é atendida em São Paulo.




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