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Em clima de justiça, Auricchio toma posse

Tucano assumiu mandato em S.Caetano em sessão com a presença de lideranças políticas regionais e nacionais

Por Arthur Gandini
Do Diário do Grande ABC
24/12/2021 | 08:20
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Celso Luiz/DGABC


A posse de José Auricchio Júnior (PSDB) como prefeito de São Caetano pela quarta vez. ontem à noite, teve clima de justiça feita após um ano de espera pela autorização judicial. As figuras políticas presentes na sessão solene, que ocorreu na Câmara Municipal, ressaltaram o direito à posse e a democracia ao ser garantida a validade da eleição do tucano, em 2020. Foram diversas as autoridades presentes, como o governador do Estado em exercício, Rodrigo Garcia (PSDB); o prefeito de Santo André e presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Paulo Serra (PSDB); o presidente nacional do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto; o presidente do PSD (Partido Social Democrático), Gilberto Kassab; e o deputado estadual e filho do prefeito eleito, Thiago Auricchio (PL).

Além de Paulo Serra, garantiram presença outros três chefes do Executivo de cidades da região: José de Filippi Júnior (PT), de Diadema; Clóvis Volpi (PL), de Ribeirão Pires; e Claudinho da Geladeira (PSDB), de Rio Grande da Serra. As ausências foram os prefeitos de São Bernardo e Mauá. O primeiro, Orlando Morando (PSDB), enviou o secretário municipal de Saúde, Geraldo Reple, para representá-lo. Já o segundo, Marcelo Oliveira (PT), sequer foi mencionado na sessão.

“Em nome da democracia, quero deixar a todos uma enorme honra, sentimento de gratidão e responsabilidade de subir nessa tribuna, que simboliza a harmonia entre os poderes do município. É o maior presente que a sociedade, de forma democrática, de São Caetano, concedeu-nos. Quero enaltecer a importância do Estado Democrático de Direito”, declarou Auricchio em seu discurso de posse.

O político assume o mandato com atraso por conta de ter tido a posse negada pela Justiça. Havia sido condenado pela captação ilegal de recursos, mas o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) considerou que não havia provas de que não foi apenas um “mero beneficiário” da captação. 

O tucano Rodrigo Garcia, na sessão como representante do Palácio dos Bandeirantes, seguiu a mesma linha de discurso ao se dirigir ao correligionário. “Você (Auricchio) vê hoje a justiça sendo feita, reconhecendo a legitimidade da sua eleição, dos seus votos”, afirmou. 

Paulo Serra disse que o retorno de Auricchio ao Paço está de acordo com os princípios da democracia. “A sua recondução consagra a vontade, que é sagrada, da soberania popular, que te escolheu pela maioria dos votos da cidade de São Caetano”, avaliou o prefeito de Santo André.

Auricchio discursou que é agora, após sua posse, o momento de deixar a disputa política para trás. “O processo eleitoral ficou para trás. O que tem para nós agora é o futuro”, defendeu.

Já o prefeito interino até então, Tite Campanella (Cidadania), que retomou a presidência da Câmara Municipal, lamentou a demora para Auricchio assumir a chefia do Palácio da Cerâmica. “Pode ter certeza que tomei conta daquela cadeira, que eu sabia que era sua, com muito carinho. Quis o destino que a cidade ficasse com a gente (na gestão interina). Foi uma epopeia o que você passou.”

Foco será na saúde e economia

José Auricchio Júnior (PSDB) tomou posse como prefeito em meio ao compromisso de priorizar a saúde e a economia do município no contexto da pandemia. O tucano terá três anos para seguir um plano de governo apresentado nas eleições de 2020 com base no período de quatro anos para execução. 

“Os fundamentos que vão sustentar o nosso plano são a ampliação de oportunidades, o enfrentamento do pós-crise, a geração de emprego e renda”, declarou.

Em entrevista coletiva após a sessão, o prefeito disse que irá anunciar medidas de curto prazo na segunda-feira. Uma delas é o corte de gastos. “Antecipando uma das principais, infelizmente, vamos ter que começar o exercício fiscal dentro de um contingenciamento orçamentário da ordem de 5%. Vamos, talvez, até ampliar esse número, estamos fazendo cálculos, mas prefiro deixar o conjunto (das medidas) para falar no dia 27”, garantiu.

O Diário questionou Auricchio se o foco em saúde e educação pode resultar em mudanças nas pastas de governo relacionadas. O tucano tem estudado nomes para montar uma nova equipe administrativa. A Secretaria de Saúde é ocupada atualmente por Danilo Sigolo Roberto. Já a pasta de Educação é gerida por Fabricio Coutinho de Faria. O prefeito disse que preferia deixar para tratar do assunto nasegunda-feira.

Regina Maura Zetone, aliada de Auricchio, deixou a pasta da Saúde em julho, na gestão interina de Tite Campanella (Cidadania). Ela assumiu o cargo de diretora executiva da FAUSCS (Fundação de Apoio à USCS). 

O vice-prefeito Carlos Humberto Seraphim (PL), que também tomou posse ontem, declarou que não deve haver mudança na pasta de Saúde. “Precisamos de técnicos nas mais variadas áreas para não deixar falhas (na gestão). A nossa saúde está bem conduzida. Foi fruto da secretária anterior, mas continua evoluindo. Vai depender do prefeito”, afirmou.

Posse teve polarização por vacina

A sessão de posse de José Auricchio Júnior (PSDB) como prefeito de São Caetano entrou ontem na polarização protagonizada por apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Devido a outras agendas políticas, o governador em exercício, Rodrigo Garcia (PSDB), e o deputado estadual e presidente paulista da sigla, Marco Vinholi, tiveram de deixar a sessão solene mais cedo. 

Já o deputado federal Cezinha Madureira (PSD), aliado de Auricchio, aproveitou a ausência dos políticos para iniciar discurso em defesa de Bolsonaro. O parlamentar não utilizou máscara a maior parte do tempo da sessão. Classificou como “hipocrisia” o uso obrigatório de máscaras e o fato de clientes de restaurantes abandonarem o equipamento em refeições. 

Cezinha contou, em tom bem-humorado, que Paulo Serra (PSDB), prefeito de Santo André e presidente do Consórcio Intermunicipal, já havia pedido que ele usasse máscara na sessão. O parlamentar saiu no ataque. “Queria cumprimentar ele, que já saiu, o governador Rodrigo Garcia. Graças a Deus ele passou por uma escola (política) do (presidente do PSD, Gilberto) Kassab e do (ex-governador) Geraldo Alckmin. Se fosse depender do ditador que a gente tem aí, chamado João Doria, estava lascado o governo de São Paulo”, atacou.

O deputado agradeceu a Bolsonaro por ter feito a compra de vacinas para o País. “(Quero) Agradecer o governo por ter pago mais de R$ 9 bilhões em vacinas. Não são os Estados que pagam, é o governo federal”, destacou.

Auricchio, em seu discurso de posse, citou a compra de vacinas pelo governo federal e a produção da Coronavac pelo estadual Instituto Butantan. Defendeu o combate à pandemia e a manutenção de medidas sanitárias. “A gente não pode se enganar e achar que a pandemia acabou. Teremos enormes desafios pela frente”, alertou.




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