Homem-forte do governo João Avamileno (PT, 2002-2008), Mário Maurici de Morais (PT), hoje filiado em Franco da Rocha, reapareceu ontem na sede do diretório petista de Santo André e confirmou pré-candidatura a deputado estadual no ano que vem, evitando, no entanto, saia justa com o parlamentar Luiz Turco (PT), com reduto na cidade e postulante à reeleição.

Ex-secretário de Governo no município, ele articulou com o vereador Luiz Alberto (PT) a realização de lançamento de livro sobre a cobertura jornalística do caso Celso Daniel (PT, morto em 2002), de Eduardo Correa, titular da Pasta de Comunicação da então administração petista.

Luiz Alberto admitiu almoço com Maurici na semana passada, mas rechaçou tratativas sobre apoio na campanha eleitoral do ano que vem. “Só vou discutir (em relação a adesões) depois de formatada a reforma política, ainda em discussão no Congresso”. O ex-integrante dos governos Avamileno e Celso falou que o PT de Santo André vive momento “muito delicado” e não tem direito de “beliscar votos” no antigo reduto. “Estou tentando fazer as conversas com muito cuidado, sem ter que disputar apoio a cotoveladas, sem criar fator de desestabilização”, disse, mencionando pretensão de aprofundar a empreitada na região onde foi prefeito entre 1993 e 1996 – atualmente, a cidade é gerida pelo filho Kiko Celeguim (PT). “Ele foi reeleito (em 2016) com 74% dos votos, tem prestígio suficiente para transferir (suporte).”

Maurici utilizou o tom ameno na fala na tentativa de frear atritos com o grupo de Turco, que tende a ser considerado nome de dobrada com o vereador Eduardo Leite (PT) a federal no município. Apesar do discurso apaziguador, ele frisou que apoio de Luiz Alberto “seria bem-vindo”, apesar de não ser o centro da discussão no momento. “Embora importante, é secundário. O resgate do PT é prioridade, não merece que interesse eleitoreiro possa se sobrepor a essa ideia”, ponderou. Hoje, o petista atua como secretário parlamentar no gabinete do deputado federal Vicente Cândido (PT).

A atividade de divulgação do livro de Eduardo Correa contou com as presenças de Mauricio Mindrisz e Teresa Santos, que também integraram o primeiro escalão da gestão de Celso Daniel. A publicação, que foi tese de doutorado do autor, faz análise da narrativa do episódio sobre a morte do prefeito petista, Critica o que considera falta de investigação da grande mídia.