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Negros analfabetos são o dobro de brancos

Pesquisa divulgada pelo Ipea mostra diferença de gênero e raça no período de 1995 e 2015

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
07/03/2017 | 07:00
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 A taxa de analfabetismo da população vem caindo de maneira importante no Brasil nas últimas décadas. Porém, o índice ainda não atingiu patamares ideais, principalmente quando levado em conta o diferencial de cor/raça. A quantidade de pessoas iletradas no País baixou 59,67% nos últimos 20 anos – entre 1995 e 2015 –, no entanto, ainda temos 4,4 milhões de negros analfabetos, mais do que o dobro da quantidade de brancos que não sabem ler nem escrever – 1,9 milhão de pessoas – (mais informações na arte ao lado).

Os dados integram o estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça com base em séries históricas de 1995 a 2015 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A análise foi divulgada ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Quando analisada a escolaridade da população, também salta aos olhos a diferença entre brancos e negros. Apesar dos avanços nos últimos anos, com mais brasileiros chegando ao Ensino Superior, as distâncias entre os grupos se perpetuam. A população adulta branca com 12 anos ou mais de estudo passou de 12,5% para 25,9%, enquanto no mesmo período a proporção de negros com 12 anos ou mais de estudo passou de 3,3% para 12%, aumento de quase quatro vezes, mas que ainda está abaixo do patamar alcançado pela população branca há 20 anos. No período analisado, houve crescimento de 34,86% na população brasileira, sendo que o número de brancos saltou 11,9% e o de negros, 142,63%.

CHEFES DE FAMÍLIA

Outra questão observada ao longo de toda a série histórica foi o crescimento da proporção de domicílios chefiados por mulheres. Em 1995, 23% das residências tinham mulheres como pessoas de referência. Passados 20 anos, o número chega a 40%.

Conforme a pesquisa, em mais da metade dos lares chefiados por mulheres as pessoas de referência da família são negras (15,8 milhões de pessoas ou 55,74% do total).

Cabe ressaltar que as famílias chefiadas por mulheres não são exclusivamente aquelas nas quais não há a presença masculina: em 34% delas, há a presença de cônjuge.




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