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Zapatero defende missão da Espanha no Haiti
Da AFP
29/05/2004 | 16:17
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O chefe do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, que retirou as tropas de seu país do Iraque poderá acompanhar a América Latina numa missão de paz e segurança no Haiti sob o patrocínio da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Somos inicialmente favoráveis à idéia de reunir as condições operacionais, logísticas e técnicas para o envio de tropas ao Haiti", afirmou Zapatero nesta sexta-feira, logo após o encerramento da III reunião d eCúpula da América Latina, Caribe e União Européia (UE), em Guadalajara, no México.

A declaração representa um passo a mais rumo à decisão do governo espanhol de aceitar os pedidos apresentados nesta semana pelos presidentes de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e Chile, Ricardo Lagos, para que envie tropas ao Haiti.

Zapatero considerou "muito importante" o fato de os países latino-americanos terem assumido o compromisso, sob o patrocínio da ONU, para ajudar um país da região como o Haiti, uma pequena nação de 27.750 quilômetros quadrados, onde mais de 65% de seus oito milhões de habitantes vivem na miséria.

"O pedido do Chile e do Brasil será atendido com a máxima sensibilidade", disse Zapatero, esclarecendo logo de início que a eventual missão de reconstrução no Haiti será "no âmbito da segurança".

Na oposição, o Partido Socialista Operário da Espanha (PSOE) de Zapatero e a coalizão Esquerda Unida (IU, pró-comunista), denunciaram a decisão do então chefe do Governo, José Maria Aznar, - firme defensor da estratégia bélica americana - de mandar tropas ao Iraque contra a opinião de mais de 90% dos espanhóis, sem passar pelo Parlamento, fora das determinações da ONU e valendo-se de "pretextos falsos e intoleráveis" como a existência de armas de destruição em massa.

A denominada Missão de Estabilização da ONU no Haiti (MINUSTAH), que será dirigida pelo Brasil a partir de junho próximo, pretende concentrar cerca de seis. Setecentos militares, em sua maioria brasileiros, chilenos, argentinos, uruguaios, peruanos e paraguaios, mas também nepaleses e canadenses.

"A decisão de trazer os soldados espanhóis de volta a nosso país abrirá um grande debate internacional sobre como as coisas devem ser feitas para que nunca se volte a repetir uma intervenção militar como a ocorrida no Iraque", declarou Zapatero, uma semana após ter sido eleito por 42,64% dos espanhóis, numa disputa acirrada com Aznar.




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