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Depois de 10 anos, Moraes Moreira retoma Folia
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14/02/2010 | 07:15
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Os 62 anos de idade e os dez anos afastado do Carnaval de Salvador - ele diz ter sido "retirado" da Folia pelos organizadores, por criticar os rumos comerciais que a festa tomou - não foram suficientes para derrubar a forma do músico Moraes Moreira, primeiro cantor a se apresentar em um trio elétrico, em 1975. Naquela época, apenas instrumentos eram tocados a bordo dos veículos.

No fim da noite de anteontem, Moreira, junto com o filho, Davi Moraes, protagonizou um dos desfiles mais emocionantes dos circuitos de festa.

O bloco Chame-Gente, sem cordas, arrastou uma multidão pelo Circuito Dodô (Barra-Ondina), com canções de carnavais de décadas atrás. Pombo-Correio, Chame-Gente, Bloco do Prazer, Chão de Praça, entre tantos sucessos do músico, incendiaram o circuito e fizeram os foliões reviverem os últimos momentos do Carnaval soteropolitano antes da invasão da axé music nos circuitos.

"Deixei o Carnaval de Salvador por não concordar como a festa estava sendo conduzida, mas sinto que as coisas estão mudando", desabafou, durante o desfile de anteontem.

Não à toa, entre os que seguiam o trio, havia grande quantidade de pessoas com mais de 30 anos. "Só vim para ver o Moraes tocar de novo aqui", comentou a radialista Solange Reis, 38 anos, - os últimos cinco longe da Folia baiana. "Não tenho mais paciência para essa multidão, mas abri uma exceção. E valeu a pena, foi muito emocionante."

O músico voltou ao Carnaval de Salvador em parceria com a prefeitura, que neste ano homenageia os 60 anos da criação do primeiro trio elétrico, pelos músicos Dodô e Osmar.

O veículo com o qual os pioneiros se apresentavam, um Ford 1929 reformado, foi instalado sobre um trio elétrico atual e serviu como palco da entrega da chave da cidade ao Rei Momo Pepeu Gomes. Até terça-feira, ele circula pelos circuitos no bloco Armandinho, Dodô e Osmar, também sem cordas, pilotado pela banda de mesmo nome - que reúne os filhos de Osmar Macedo.

O trio - Hoje sinônimo de caminhão com palco e caixas de som, o trio elétrico, originalmente, não designava um veículo, mas os músicos que se apresentavam nele. O trio original era uma dupla: os músicos Adolfo Antônio Nascimento, o Dodô, e Osmar Álvares de Macedo, o Osmar.

No domingo de Carnaval de 1950, eles apresentaram-se a bordo de um antigo Ford Bigode, reformado para receber alto-falantes conectados a instrumentos musicais - o que deu origem à expressão frevo eletrizado. Apenas no ano seguinte, a dupla virou trio, quando Dodô e Osmar convidaram o amigo Temístocles Aragão para tocar com eles no Carnaval.

Alta nos roubos - Balanço parcial dos índices de violência na Folia de Salvador, divulgado ontem pela SSP (Secretaria Estadual de Segurança Pública da Bahia), aponta aumento nos registros de furtos e roubos nos circuitos do Carnaval.

Segundo a SSP, entre a tarde de quinta-feira e a manhã de ontem, o número de furtos cresceu 19,1% e o de roubos, em 17,4%, com relação à Folia do ano passado.

O total de registros policiais também aumentou, de 302 para 329, mas a incidência de lesões corporais recuou 15,1%.




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