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Senna: das pistas aos palcos

Produção pretende emocionar fãs ao transformar memórias do grande ídolo da Fórmula1 em musical

Dérek Bittencourt
15/03/2018 | 07:00
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Caio Gallucci/Divulgação


 É inevitável ficar curioso para saber como a vida do ex-piloto Ayrton Senna se tornaria um musical. Não dá para não pensar em perguntas do tipo: de que maneira farão para levar velocidade, carros de corrida, autódromos e tudo o que envolve o automobilismo para o palco? Ou ainda: quais seriam as músicas a compor a trilha sonora da vida do ídolo mundial, morto em 1º de maio de 1994 em acidente no autódromo de Ímola, em San Marino?

O diretor Renato Rocha e a parceria do texto e das composições originais de Claudio Lins e Cristiano Gualda sanaram todas as dúvidas com uma surpresa atrás da outra, ontem, durante coletiva de imprensa e apresentação do Ayrton Senna, o Musical, em cartaz de amanhã até 3 de junho no Teatro Sérgio Cardoso, na Capital.

“O primeiro questionamento sempre é: o que o Senna tem a ver com música? E eu respondo: tudo! O barulho do motor, os sons do carro, a telemetria, o vento... tudo isso era música para o Senna”, explica Rocha. “O automobilismo é universo riquíssimo de sonoridade. O que a gente entende como ruído, ele entendia como música”, complementa.

Por meio de luzes, sons, um painel de LED gigante, danças, acrobacias circenses e, obviamente, canções – mas totalmente diferentes dos musicais convencionais –, o espetáculo é extremamente sensorial. O ponto de partida é justamente a última corrida de Senna. Afinal, o que se passou na cabeça do tricampeão mundial de Fórmula 1 naquelas últimas cinco voltas antes da tragédia na curva Tamburello?

“Muito mais do que ser cronológico, era interessante chegar na emoção que ele (Senna) causava nas pessoas. A ideia não é ser biografia, mas proporcionar sensações”, explica Gualda. “Todo mundo sabe onde estava quando Senna morreu e carrega essa cicatriz. (A memória) É um lugar sagrado que está guardado em cada um e quisemos respeitar. Então, ao invés de entender a história, a ideia é que o público seja envolvido por ela. Convidamos o espectador para experiência sensória de diversas formas. No fim, é uma catarse coletiva e as pessoas saem comovidas”, emenda Rocha.

Ao fã de Fórmula 1, vale ressaltar: não vá ao teatro esperando que duelos memoráveis contra rivais ou vitórias incríveis sejam retratados. Há citações, sim, mas a ideia não é essa. “Representamos essa parte de forma lúdica. Reunimos todas as corridas, por exemplo, de forma única”, diz Gualda, que faz questão de esclarecer: o Tema da Vitória (Tan Tan Tan), música de Eduardo Souza Neto que a TV Globo utilizava nas vitórias de Ayrton Senna e se transformou em hino, está presente de diversas maneiras durante as duas horas e 20 minutos de espetáculo. “Não podia e não está de fora. É tema que causa sentimento e reação”, argumenta Gualda.

O ator Hugo Bonemer interpreta o tricampeão, junto de Victor Maia (engenheiro fictício), além de João Vitor Silva (Beco, apelido de Senna na juventude). O Instituto Ayrton Senna – que beneficia a educação de mais de 1,5 milhão de alunos por ano – é parceiro e auxiliou na produção. Inclusive, promove no próprio Teatro Sérgio Cardoso a exposição Senna Sempre, com itens da história do tricampeão.

Ayrton Senna – Musical. No Teatro Sérgio Cardoso – Rua Rui Barbosa, 153, em São Paulo. De 16 de março a 3 de jungo, com sessões às sextas, às 20h30, aos sábados, às 17h e às 21h, e aos domingo, às 18h30. Ingr.: R$ 30 a R$ 150 (no local ou www.ingressorapido.com.br).




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