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Sonho da casa própria vira pesadelo em Mauá

Prometido para 2014, Residencial Orval, está com obras paralisadas; construtora será substituída

Bia Moço
Especial para o Diário
28/12/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Cinco anos depois de viverem momento de felicidade ao assinarem contrato para a compra da casa própria, 160 famílias ainda aguardam oportunidade de comemorar o fim de ano no novo lar. O sonho da moradia se tornou pesadelo, já que nenhum dos compradores têm previsão de quando poderão ocupar seus apartamentos no Residencial Orval, no bairro São João, em Mauá, apesar de o prazo de entrega ter vencido há quase quatro anos. Embora o empreendimento esteja com obras quase concluídas, os trabalhos estão paralisados desde agosto de 2016, quando o contrato com a construtora foi rompido pela Caixa Econômica Federal.

O empreendimento integra o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal e boa parte dos compradores negociou o imóvel direto com o banco e com a responsável pela obra, AUC Construtora & Incorporadora. De acordo com as famílias, entre 2012 e 2014 a construção caminhou, porém, em meados de 2015 o ritmo de obras ficou lento.

Um dos compradores é Elielson Sergio Camiloti, 36 anos, que deu entrada de R$ 80 mil e ainda aguarda a casa própria. “Em agosto de 2016 a Caixa entrou com pedido de retirada da empresa sob alegação de que havia prazo para a entrega do empreendimento e ele não foi cumprido.” Na época, Camiloti, morador da Vila Vitória, em Mauá, estava prestes a se casar e viu no empreendimento oportunidade de começar a vida. Os planos deram errado e, após a mulher e ele ficarem desempregados, a família teve de passar período morando de favor. Hoje, pagam R$ 900 de aluguel por mês.

O casal Rafaela, 26, e Rafael, 32, da Silva também compraram o apartamento com planos de casamento, que aconteceu, embora a casa própria até agora seja incógnita. “Ficamos a ver navios. Moramos de aluguel e estamos pagando R$ 500. Fiquei três anos pagando taxa de obra de R$ 1.000 e o retorno que tivemos até agora foi a Caixa Econômica Federal dando a entender que não vai dar continuidade à obra”, diz Silva.

Depois de investir R$ 40 mil no Residencial Orval sem qualquer perspectiva de conclusão das obras, Reginaldo Tozzo, 36, resolveu adquirir a casa própria em outro local. “Comprei um apartamento para morar com minha mulher. Desembolsei mais R$150mil. Ou seja, gastei duas vezes e aqui não sei se um dia terei posse.”

O empreendimento é vigiado por dois seguranças para evitar invasões. Os moradores sequer podem adentrar o conjunto de apartamentos. “Que em 2018 todo esse entrave se desenrole e que possamos passar as próximas festas comemorando a conquista, que teve muito suor e pedras pelo caminho”, projeta Roberto Florindo Capucci, 44.

Os 160 proprietários destacam que as reuniões com a gerência da Caixa para discutir a retomada das obras e entrega dos apartamentos, antes realizadas mensalmente, passaram a ser raras. A próxima conversa está marcada para 8 de fevereiro.

A Caixa Econômica Federal informou, por sua vez, que houve necessidade de substituição da construtora responsável pelo empreendimento, que atualmente está com 77,15% das obras executadas. O banco ressalta que tem realizado reuniões periódicas com os mutuários para posicioná-los acerca do andamento das negociações para a substituição da construtora e término da construção.

A equipe do Diário tentou contato com a construtora mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. 




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