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Santo André no 'achismo'

Os planos para o setor cultural da prefeitura de Santo André carecem de prazos e recursos definidos

Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
10/04/2009 | 07:00
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Assim como ocorre em outras cidades do Grande ABC, os planos para o setor cultural de Santo André carecem de prazos e recursos definidos. Entre as promessas divulgadas durante o período eleitoral pelo prefeito Aidan Ravin (PTB) estava a reforma do Cine Teatro Carlos Gomes, que enfrenta problemas estruturais há pelo menos 17 anos.

Entretanto, desde o início do mandato do chefe do Executivo, a população sabe apenas que o local está fechado. A interdição ocorreu em janeiro, quando a Defesa Civil realizou vistoria, a pedido da administração, e concluiu que o espaço não oferecia condições para abrigar as aulas da Escola Livre de Cinema e Vídeo, única atividade mantida no teatro, inaugurado em 1912.

Na ocasião, foram verificados danos provocados por cupins, rachaduras e falta de saídas de emergências, entre outros problemas técnicos. "Tem um projeto de 1999, feito por um escritório de arquitetura bem bacana, para a revitalização. O custo da obra é de cerca de R$ 8 milhões. Estamos correndo atrás de recursos e temos até possibilidades boas de consegui-los", afirma o secretário de Cultura, Esporte e Lazer Edson Salvo Melo.

Sem definições - A ideia da secretaria é transformar o Cine Teatro Carlos Gomes em um equipamento adequado para abrigar espetáculos musicais. Melo acredita que o início dos trabalhos deverá ocorrer até o segundo semestre, mas não especificou como a prefeitura viabilizará o empreendimento. "Depende de a gente assinar essa verba. Temos algumas possibilidades com empresas da iniciativa privada e do governo federal. Estamos avaliando o que seria mais rápido, seguro e de melhor aceitação", ressalta o secretário. Ele argumenta que os alunos da Escola Livre de Cinema e Vídeo terão aulas na unidade que será inaugurada ainda neste mês, na Emia Chácara Pignatari.

A revitalização do Teatro Conchita de Moraes, outro item do programa de governo de Aidan, também é cercado por indefinições. "Estamos fazendo algumas intervenções emergenciais no palco e nas goteiras. Mas acho que teremos alguma notícia de uma reforma um pouco maior ainda neste ano."

Reforma e estilo - A secretaria passou por reforma administrativa que resultou na criação do Departamento de Turismo, agora subordinado a ela. Segundo Melo, o órgão terá uma visão abrangente do potencial de desenvolvimento da cidade. "Não vamos nos esquecer da Vila de Paranapiacaba, mas queremos desenvolver vários outros tipos de turismo, como o de negócios. Vamos fazer uma pesquisa para saber a linha a ser adotada", explica.

Ainda sobre Cultura, Melo defende a valorização de artistas populares, sem esquecer dos que realizam trabalhos sofisticados. Os recentes eventos promovidos pela Prefeitura no Teatro Municipal e no Parque Central, do qual participaram músicos como Markinhos Moura, Bee Gees Cover e Sampa Crew confirmam essa proposta.

O secretário garante que manterá programas criados nas gestões petistas, entre eles o Canja com Canja e o Quartas Musicais. Mas faz questão de ressaltar as diferenças de estilo entre o governo Aidan e as administrações recentes. "Não vemos com ojeriza o relacionamento entre a iniciativa privada com o poder público, coisa que era tratada como tabu".




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