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Saída para os mais pobres é organização
Por Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
10/03/2007 | 20:54
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Para quem ganha pouco, mas muito pouco, o Centro não é só distante geograficamente. Por mais barato que seja um apartamento no Centro, não cabe no bolso de quem vive com menos de três salários mínimos. Para eles, só há uma possibilidade: viver em moradias precárias, longe de tudo. E esperar que a Prefeitura melhore a situação do bairro todo. É aí que entram os movimentos de moradia.

Ademar Luís Machado é um dos responsáveis por parte considerável das ocupações de Santo André. Fundou o Sítio dos Vianas, que hoje não é aquela beleza... mas tem asfalto, esgoto, luz. E assim foi com outros 13 assentamentos espalhados pela cidade. Uns terrenos foram comprados, outros invadidos pelo o antigo presidente do Movimento dos Sem-Terra por Moradia.

Coordenador de um movimento sem nome – porque o Ministério Público cassou a organização –, Ademar negocia a regularização e urbanização dos Jardins Irene 3, 4 e 5. Ele, que chegou primeiro, vive no 2 e já paga IPTU, vive em rua asfaltada e tudo o mais. “Hoje, classifico nosso movimento como de regularização, mesmo porque não há mais áreas para fazer assentamentos.”

Outra solução é lutar pela construção de casas populares. Mas esperar pela boa vontade do poder público exige paciência. José Nerivaldo, o Nerinho, do Movimento Amigos do Mutirão, ligado ao MSTU (Movimento dos Sem-Terra Urbanos) conta que demorou 12 anos para conseguir o financiamento de um conjunto habitacional para 60 apartamentos na cidade, em um terreno de 3 mil m² no Jardim Primavera.

A próxima briga é para comprar uma área no Cata Preta, com dinheiro do governo federal. Seriam 500 apartamentos nos 11 mil m². Quanto tempo vai demorar para o projeto virar realidade, ninguém sabe. Mas Nerinho e outros integrantes do movimento já estão acontumados a esperar.



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