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O PAC e os desafios do governo para 2011

Investimentos executados no programa totalizam R$ 463, 9 bilhões

Cláudio Conz
16/12/2010 | 00:00
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O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi a primeira demonstração de que o governo entendia que, para se desenvolver, o País precisava necessariamente investir na construção. Lula soube ouvir os que tinham contribuição efetiva, como o nosso setor, e possibilitou diálogo entre empresários, sociedade civil e agentes responsáveis pelo governo.

Em 2011, teremos novas lideranças no Brasil. Temos a absoluta certeza de que, daqui para frente, a nova presidente, Dilma Roussef, que sempre esteve envolvida nos projetos do nosso setor, estará aberta às demandas do segmento, sempre tão disposto a colaborar com o desenvolvimento do País.

Conhecida como "Mãe do PAC", Dilma teve trabalho muito importante no comitê gestor do programa, buscando estabelecer metas e acompanhar a implementação do plano. O PAC representou estímulo sem precedentes para a história do País, prevendo investimentos em áreas essenciais para o crescimento, como transportes, energia, saneamento, habitação de interesse social e programas para o mercado imobiliário.

Segundo o último balanço divulgado pelo governo federal, os investimentos executados no PAC totalizam R$ 463, 9 bilhões e equivalem a 70,7% dos R$ 656,6 bilhões previstos para o período 2007-2010. Outros R$ 302, 5 bilhões (46,1% do montante previsto) já teriam sido concluídos e representam a retomada do planejamento em infraestrutura no País e o fato de o governo ter reaprendido a fazer obras deste tipo.

A segunda etapa do PAC tem previsão de investimentos de R$ 958,9 bilhões entre 2011 e 2014 e deve injetar mais R$ 631,6 bilhões em obras após 2014. Cerca de R$ 278,2 bilhões serão destinados a projetos habitacionais, sendo o Minha Casa, Minha Vida 2 o mais importante deles. O programa vai receber R$ 71,7 bilhões e vai construir 2 milhões de moradias visando, principalmente, famílias de baixa renda.

HOMENAGEM DA ANAMACO

O trabalho de Dilma Rousseff à frente do PAC e do Minha Casa, Minha Vida levou a Anamaco a homenageá-la com a sua principal condecoração - o troféu ‘Operária Nº 1 da Construção'. A então ministra da Casa Civil foi a primeira mulher a receber a homenagem, que foi entregue em 2009. Na oportunidade, Dilma destacou a importância do setor para o crescimento do País que, na época, via seu crescimento ameaçado pela crise econômica mundial iniciada nos Estados Unidos. A presidente eleita deixou claro que o segmento de material de construção foi estratégico para enfrentarmos a crise e que, nos próximos anos, ele será fundamental para o crescimento do PIB, da renda e da riqueza do Brasil.

DESAFIOS DO NOVO GOVERNO

Acredito que a nova presidente terá pela frente muitos desafios. O governo lançou, junto com o Minha Casa, Minha Vida, programa de financiamentos de até R$ 25 mil, com recursos do FGTS, que previa orçamento anual de R$ 1 bilhão. No entanto, entre 2009 e 2010, só R$ 200 milhões foram liberados. É preciso estimular os financiamentos para pessoa física.

Um efetivo programa de financiamento de materiais de construção, somado ao programa Minha Casa, Minha Vida e aos financiamentos imobiliários, também se faz necessário e pode reduzir o problema da habitação no Brasil em um prazo bem mais curto. Além disso, simplificar o processo de financiamentos é fundamental para reduzirmos o tempo e melhorar a nossa paisagem urbana, ajudando a resolver os problemas das pessoas que não possuem uma casa.

Outro ponto que para nós da Anamaco é essencial é investir em saneamento e infraestrutura. O papel da construtora como indutora de novas tecnologias, além de promotora da qualificação profissional é muito importante. Mas não podemos menosprezar o próprio poder do trabalhador como agente na redução do deficit habitacional brasileiro, que hoje ultrapassa a casa dos 6 milhões de domicílios. Por isso, está na hora de investir no financiamento para quem está reformando, além de mais subsídios para a aquisição de imóveis.

Hoje, de acordo com nossos dados aqui na Anamaco, cerca de 77% de todo o material de construção produzido no Brasil é consumido pelo chamado consumidor formiga. É ele que alimenta a construção ‘autogerida' no País, aquela em que o próprio cliente compra os materiais básicos, contrata o pedreiro e supervisiona o serviço. O potencial desse consumidor é imenso, por isso, é muito importante investirmos em políticas de simplificação de acesso ao crédito para a compra de materiais de construção para este público. Nós, do setor do comércio de material de construção, estamos muito animados com as perspectivas. Desoneração tributária, acesso ao crédito, aumento dos financiamentos habitacionais: tudo isso ajuda a aumentar as vendas de materiais e a manter a cadeia produtiva aquecida. Temos de manter essa roda girando, cada vez com mais intensidade, para construirmos juntos o Brasil que esperam e anseiam nascer do trabalho de todos nós.




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