Setecidades Titulo De parada cardíaca
Morre Juarez Corrêa, ex-ilustrador do Diário, aos 68 anos

Profissional estava internado em hospital de S.Bernardo; há anos lutava contra depressão

Da Redação
Do Diário do Grande ABC
23/06/2022 | 00:01
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André Henriques/DGABC 12/4/18


O cartunista Juarez Corrêa, criador de mascotes de boa parte dos times de futebol profissional do Brasil e do Grande ABC e colaborador do Diário nos anos 1980, morreu ontem aos 68 anos de parada cardíaca. Ele estava internado havia cinco dias no Hospital Municipal de Clínicas de São Bernardo, cidade onde morava e na qual será sepultado hoje, no Cemitério da Pauliceia, às 10h.

Juarez iniciou a carreira aos 15 anos, desenhando para a Folha de São Bernardo. Obteve fama ao ser contratado pela TV Tupi, onde era responsável pelas ilustrações dos programas da emissora. Passou pelo Notícias Populares, Gazeta Esportiva e, em 1982, chegou ao Diário para ilustrar o suplemento infantil Diarinho.

Foi na Gazeta que criou mascotes dos principais times, como o Mosqueteiro do Corinthians e a Baleia do Santos. Para o Diário, criou o Ramalhão para o Santo André e o Tigre para o São Bernardo FC.

“Minha chegada ao Diário coincidiu com a ascensão da equipe da cidade (Santo André0) para a Primeira Divisão do futebol paulista”, relembrou ele no livro Mascotes do Futebol Brasileiro, lançado em 2006 pela Editora MHW. “Logo depois veio o pedido do editor de Esportes para que eu criasse uma mascote do time campeão, que já tinha o apelido de Ramalhão, em homenagem ao fundador da cidade, João Ramalho”, completou.

Colegas e amigos lamentaram a morte. “Juarez tinha um humor contagiante. Mesmo nas horas difíceis ele deixava o momento leve com suas tiradas geniais”, contou Luiz Carlos Fernandes, ex-Diário. “Alguns ilustradores descobrem um nicho para trabalhar e sobre ele trilham um caminho que se torna história. E essa história passa a representá-los por toda sua existência e posteridade”, disse Seri, atual ilustrador do Diarinho. “Teve uma linda família e construiu bons caminhos”, sintetizou o engenheiro ambiental Jefferson Salvador de Moraes.

Juarez lutava contra a depressão havia dois anos, desde a amputação da perna esquerda, devido a problemas circulatórios. “Meu pai deixa dois exemplos às pessoas. O primeiro é para que façam absolutamente tudo o que gostam. Ele passou por muitos perrengues, mas nunca abandonou o desenho, que amava. O segundo é cuidar da saúde mental, pois sem ela não conseguem realizar nada. A depressão é uma doença silenciosa e perigosa”, declarou Juliana, 22, uma das duas filhas do cartunista com Luciana Moulin do Nascimento, de quem estava divorciado – Giovana, 19, é outro fruto do casal.

Nascido em São Paulo, em 1º de junho de 1954, filho de Alfredo Corrêa da Silva e Dinah Martins Corrêa da Silva, Juarez Corrêa da Silva se mudou com a família para Belo Horizonte com apenas alguns dias de vida e acabou sendo registrado na capital das Minas Gerais. “Sou paulista de fato e mineiro de direito”, lembrou ele em entrevista de 2018 concedida ao Diário, do qual foi o primeiro chargista.




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