Pela primeira vez em 23 anos de Memória publicamos uma receita de almoço graças à colaboração da advogada Mirian Zuccolo Paschoal da Costa, de São Bernardo. São dela, além da receita, a resenha histórica, o título, a legenda, a foto descoberta entre os seus. Tudo isso porque no Natal é também dia de fazer cappelletti.

É uma história com muitos detalhes. De tal ordem que publicaremos em pílulas, a tempo de vocês, queridos leitores e leitoras, terem tempo de preparar este legítimo cappelletti na virada do ano que se aproxima - já que para o Natal estamos em cima. E o que vale é todo o cerimonial traçado pela autora, batateira da gema.

IN BRODO, PARA AS

GRANDES OCASIÕES

Texto: Mirian Zuccolo Paschoal da Costa

São Bernardo ainda tem características da vila que foi. Nesta última semana, uma das palavras que mais ouvi foi "cappelletti", que se escreve com duplos ‘p', ‘l' e ‘t', segundo confirmei consultando Lo Zingarelli 2011 (dicionário de língua italiana).

Minha irmã mais nova perguntava a todos da família, faz meses, quando iríamos fazer cappelletti. Marcamos para o último sábado, e só se falava nisso na casa de minha mãe.

Dias depois, minha amiga Ana Battistini perguntou: "Quando vocês vão fazer cappelletti"? "Vão pôr miúdos de frango no recheio?" "Tia Santina dizia pra pôr miúdos pro recheio ficar mais cremoso".

Encontrei o sr. Tite Corazza que, lá pelas tantas, disse que ele e a mulher, Nice, iriam fazer cappelletti na casa de alguém, por estes dias...

Minha prima Isabella, bailarina, magérrima, disse que depois do cappelletti pretende engordar os quilos que estão faltando.

Mas, afinal, qual a graça dos cappelletti? Na Vila de São Bernardo, tão italiana, surgiu o costume de comer cappelletti in brodo nas grandes festas (no almoço do Natal e da Páscoa e nas festas de casamento).

A FOTO

À mesa, o cappelletti. Em destaque, à esquerda, dona Terezinha, residente ainda hoje na Travessa Marechal Deodoro, do famoso beco focalizado neste ano em Memória. Celebrando, uma única e amada família, cujos troncos são os Salvador e os Pessotti: filhas, netos, genros, o irmão e o sobrinho, num alegre almoço de Natal.

AMANHÃ EM MEMÓRIA

Uma sopa saborosa, servida quente, quase pelando.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Quarta-feira, 24 de dezembro de 1980

Manchete - Figueiredo (presidente da República) assegura posse a vencedores das eleições de 1982

Movimento estudantil - Termina paralisação de professores da FUABC, depois de 25 dias.

Diadema - Moradores do Jardim ABC lutam por melhorias.

Futebol - Ponte Preta vence o São Paulo e é campeã da 13ª Taça São Paulo de Futebol Junior.

É Natal - Leitão, tender e coelho são os mais procurados.

Editorial - Falta honor ao desempenho do cargo público

t EM 24 DE DEZEMBRO DE...

1910 - Carvoeiros reúnem-se em Ribeirão Pires por melhores condições de trabalho.

1948 - Criados os Distritos de Paz de Diadema e Riacho Grande, em São Bernardo.

1958 - Plebiscito eleva Diadema a município.

Trabalhadores

Nascem em 24 de dezembro:

1903 - Laudelino José de Aquino, natural de Pouso Alto. Carregador da Alca. Residia à Rua Amazonas, 7.

1811 - Paulino Chiavelli, de Monte Alegre. Operário da CBC. Residia à Rua Berlim, 92.

FONTE: 1º livro geral de registro do Sindicato dos Químicos do ABC.

AGENDA

Fundação Pró-Memória - 62 anos da promulgação da lei estadual nº 233 que criou, oficialmente, o município de São Caetano do Sul (1948).

HOJE

Dia do Órfão. À tarde, Igreja faz a vigília do Natal do Senhor.

SANTOS DO DIA

Adélia, Charbel Makhl-ouf, Delfim ou Delfino (bispo, na estampa), Flora, Irmina, Maria e Tarsila.

Crédito da estampa: acervo Vangelista Bazasni (Gili) e João de Deus Martinez.

FALECIMENTOS

FLORÊNCIA MARINOSKI BECHELLI

(Osasco, SP, 31-1-1925 - Santo André 27-11-2010)

Em 2003 esta página Memória publicou uma longa entrevista que dona Florência nos concedeu. O eixo central foi uma série de cartas em polonês que uma tia, que ela não conheceu, chamada Maria, enviava da Polônia ao Brasil. As cartas eram endereçadas a Casimiro Marinoski, irmão de Maria, pai de Florência.

Ela aprendeu o polonês com os pais e foi a guardiã daquelas cartas. Nos documentos, o registro em detalhes de uma história vivida aqui e na Europa por aqueles imigrantes que se aventuraram em busca de uma vida nova.

Dona Florência casou-se com Sétimo Bechelli, em 1947, e os dois primeiros filhos, Conrado e Inês, nasceram em Mogi das Cruzes. Em 1951 o casal muda-se para o Parque Oratório, em Santo André, no crepúsculo da Fazenda da Juta, ali instalada, e aqui nascem mais duas filhas: Helena (hoje guardiã das cartas da mãe) e Lídia.

"Minha avó sempre foi trabalhadora, ativa, nunca teve medo de pegar no pesado e ajudava o marido, que era carvoeiro e lenhador", testemunha o neto Alberto Bechelli Morais, apaixonado pela história familiar.

Dona Florência parte aos 85 anos. Deixa exemplos aos nove netos e cinco bisnetos. Está sepultada no cemitério do Curuçá.TLAM

SANTO ANDRÉ

Irene Gerolin, 74. Natural de Posse (SP). Dia 21. Cemitério da Saudade,

em Vila Assunção.

Celso Luiz Costa, 60. Natural de São Paulo (SP). Dia 21. Cemitério Cristo Redentor, em Vila Pires.

Luiz Ribeiro, 58. Natural de Sapucaia (RJ). Dia 20. Cemitério Nossa Senhora do Carmo, em Vila Curuçá.

Pedro Malagó Filho, 55. Natural de Sto. André. Dia 21. Cemitério de V.Pires.

SÃO BERNARDO

Gaetano Quintini, 91. Natural da Itália. Dia 21. Cemitério de Vila Euclides.

Aurora Lobão Chaves, 89. Natural de Santos (SP). Dia 20. Cemitério Memorial de Santos.

Wanda Roquetti, 80. Natural de Rafard (SP). Dia 21. Cemitério de Vila Euclides.

Moacyr Monteiro Malta, 80. Natural de Tabapuã (SP). Dia 21. Cemitério Memorial Phoenix.

Euripedes Moises da Costa, 70. Natural de Ibiraci (MG). Dia 21. Cemitério dos Casa.

Antonio Luiz da Silvam 67. Natural de São Joaquim do Monte (PE). Dia 21. Cemitério dos Casa.

DIADEMA

Isaias de Salles, 59. Natural de São Paulo (SP). Dia 21. Cemitério Vale da Paz.

Geraldo Francisco dos Santos, 49. Natural de Boa Vista (MG). Dia 21. Cemitério Vale da Paz.