Ensaiada desde 2008, a construção do Piscinão Jaboticabal, na divisa do Grande ABC e Capital, deverá deixar de ser expectativa e se concretizar.

O governo do Estado promete para o começo do segundo semestre o início das obras do reservatório, que terá capacidade para reter 900 mil metros cúbicos de água.

Dentro de 15 dias o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) recebe as propostas das empresas interessadas no projeto. A licitação foi publicada no Diário Oficial em 17 de março.

A previsão da abertura dos trabalhos no piscinão é do superintendente do Daee, Alceu Segamarchi Júnior, que tomou posse semana passada.

O equipamento será instalado entre São Bernardo, São Caetano e São Paulo, na confluência dos ribeirões dos Meninos e dos Couros e do Córrego Jaboticabal.

A região tem áreas historicamente afetadas por enchentes, como a Avenida Guido Aliberti e o Km 13 da Via Anchieta. "É um local crítico", resumiu Segamarchi.

As obras custarão R$ 80 milhões - sendo 70% de recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, e o restante do Estado.

O prazo para a construção do reservatório, que irá beneficiar cerca de 500 mil pessoas, é de 36 meses.

Muito da expectativa sobre o Jaboticabal se deu em função da grandeza do piscinão, "o maior que se tem notícia", segundo Segamarchi. A capacidade de 900 mil metros cúbicos é equivalente a 360 piscinas olímpicas.

Um edital para a construção do reservatório foi lançado em abril do ano passado, porém o documento terminou retirado para ajustes. "Esperamos que este ano os problemas não aconteçam", disse o superintendente.

Segamarchi justificou que a necessidade de adequações técnicas e a discussão sobre o financiamento protelaram a publicação da nova licitação - prometida pela última vez para fevereiro, mas só disponibilizada um mês depois.

Sujeira reduz em 15% poder dos reservatórios

Antes de as obras do Jaboticabal terem início, o governo do Estado pretende lançar outro edital para serviços de macrodrenagem, desta vez para a limpeza dos piscinões.

Segundo o superintendente do Daee, Alceu Segamarchi Júnior, a manutenção era tarefa das administrações municipais, que pouco ou nada faziam pela conservação dos reservatórios, com exceção da Capital.

O Palácio dos Bandeirantes ainda não sabe quanto irá gastar com o pacote, que contempla os serviços de limpeza, manutenção e segurança. Segamarchi não determinou prazo, mas afirmou que a licitação será lançada "muito em breve."

Juntos, os 19 piscinões do Grande ABC foram projetados para armazenar 3,7 milhões de metros cúbicos, mas não atingem esse número.

Pelos cálculos do Daee, problemas como assoreamento comprometem até 15% deste total - ou seja, cerca de 500 mil metros cúbicos poderiam ser reservados, mas perdem hoje espaço para sujeira.