Após cinco anos de disputa familiar, David Goldman e o filho Sean, 9 anos, deixaram o Brasil por volta das 11h50 desta quinta-feira, véspera de Natal. Os dois embarcaram em um voo fretado pelo governo americano, com destino a Nova York, no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro.

O menino foi entregue ao pai biológico nesta manhã no Consulado dos Estados Unidos, no Centro do Rio. Ele chegou acompanhado pelo padrasto, pela avó materna e pelo advogado da família. Sean usava uma camisa do Brasil e entrou na repartição sob escolta policial. Ele atravessou a rua abraçado ao padrasto, João Paulo Lins e Silva, e estava visivelmente assustado com a intensa movimentação da imprensa.

O advogado Sérgio Tostes, que representa a família brasileira, informou que a avó, Silvana Bianchi, foi impedida de embarcar para os Estados Unidos com a criança. "Tentamos de todas as maneiras que a avó acompanhasse o menino no voo, mas o governo americano negou. E o governo brasileiro aceitou", criticou o advogado, ao deixar a casa de Silvana, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. Na manhã de ontem, Tostes anunciou que a família não recorreria mais à Justiça e reconheceu a vitória judicial de David Goldman.

A entrega do menino ao pai biológico atendeu a uma determinação do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, que suspendeu uma liminar concedida pelo próprio Supremo para que o menino permanecesse no Brasil.

Sean foi trazido pela mãe Bruna Bianchi dos Estados Unidos para o Brasil há cinco anos. Depois do divórcio de David Goldman, Bruna casou-se com o advogado João Paulo Lins e Silva e morreu de complicações durante o parto de seu segundo filho, em agosto de 2008. Desde então, arrastava-se na Justiça a disputa pela guarda de Sean entre o pai biológico e a família brasileira.